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  O Anel de Noivado - Capítulo 1 - Parte I [+18]

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03072013
Mensagem O Anel de Noivado - Capítulo 1 - Parte I [+18]

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 O Anel de Noivado - Capítulo 1 - Parte I [+18] Capa_283984_1374491222

Tema do Livro:
Saga Crepúsculo

Gêneros:
Angst, Drama, Romance,

Clique aqui para ver as Informações Iniciais:


O telefone tocou estridentemente ao meu lado, no criado mudo, como se fosse a coisa mais natural do mundo, mas não era. Geralmente, quando queriam falar comigo ligavam-me diretamente em meu celular, mas, provavelmente, esse estava sem carga. Eu não duvido ter esquecido de colocá-lo na tomada uma vez que chegara tarde da noite, o que se tornara muito frequente nos últimos tempos.
Estava acumulando trabalho para não ter que pensar muito na minha vida pessoal. Queria evitar problemas para mim, principalmente após a notícia chegar aos meus ouvidos pelo próprio Edward. Ele queria um parecer meu, mas eu me recusei pelo simples fato de que eu sabia que ele não seguiria meus pareceres. Eu conhecia as pessoas da laia de Isabella Swan e eu sabia, igualmente, que daquele relacionamento não saia nada saudável além de um casamento que acabaria em divórcio apenas por conta do dinheiro que a família Cullen trazia consigo.
Estiquei minha mão em direção ao telefone sem fio na cabeceira, colocando o travesseiro sobre a minha cara para tentar esconder o sono de mim mesma. Isso não ajudou em nada quando falei, pois minha voz saiu rouca, demonstrando que eu estava com sono, mas ao mesmo tempo mostrando-me que eu teria uma dor de garganta – e, consequentemente, uma gripe – em breve.
— Quem ousa me acordar a essa hora?
— Essa hora? — disse ignorantemente a pessoa do outro lado da linha, a quem rapidamente creditei Carmen, minha mãe. — Eu costumo deixar você dormir até um pouco mais tarde geralmente, quando você trabalha muito, mas creio que esqueceu que daqui a uma hora e meia terá uma audiência e você nem parou no escritório para pegar os documentos.
— Audiência? Que audiência?
— Volturi, Alec, contrabando de…
— A AUDIÊNCIA!
Desliguei o telefone imediatamente, sentindo meu coração sair pela boca. Eu não queria me envolver com a família Volturi e, tampouco, com os seus serviços ilegais, mas eu sabia bem que eu precisava fazer isso se não quisesse meu pescoço cortado ao meio. Todos nos Estados Unidos sabiam o quão perigosos eram os seres daquela família e não seria eu a pessoa a testá-los. Eu era sã o suficiente ou me julgava dessa forma, ao menos. E se eles me julgavam a melhor advogada criminalista no momento, eu não seria aquela a contrariá-los. Ao menos, eu podia me vangloriar e dizer que meus processos criminalistas sempre eram ganhos, mas eu estava extremamente cansada de fazer os demais acreditar em mim.
Entrei no chuveiro rapidamente, buscando apenas molhar meu corpo para tirar a leseira que sentia devido o meu sono, e eu sequer precisava procurar uma roupa apropriada para aquelas ocasiões frustrantes – meu armário era tomado em sua maior parte por tailleurs, portanto o primeiro que eu pegasse me tornava apresentável. Eu não me importava.
Quando sai do meu quarto, carregando o par de saltos na mão, Irina me olhou com cautela. Eu não precisava falar nada para ela, já que sabia muito bem que se ela puxasse assunto, seria capaz de sair sem cabeça daquela conversa. Tanto quanto eu, minha irmã sabia o quão eu estava atrasada, mas tampouco fizera qualquer coisa para me acordar. E ela sabia o quão irritada eu ficava com atrasos.
— Não vai tomar café da manhã? — perguntou, finalmente, quando coloquei os sapatos.
— Como qualquer coisa na rua.
— Sabe por quanto tempo a audiência se prolongará?
— Você está me perguntando uma coisa imprevisível, como sempre.
— Estressada… Eu não sei se é melhor você ir para sua audiência — a mulher loura, sentada a cabeceira da mesa disse, abaixando seu olhar para as torradas, com um ar de nojo, quase rejeitando o café da manhã que Senna preparara. — Tem mais: depois que você desligou o telefone, a mãe ligou aqui de novo e disse que vai levar as papeladas no Tribunal para você; então faça o favor de se sentar, porque de barriga vazia você não vai ficar hoje, ok, Senhorita Denali?
Revirei os olhos diante o melodrama de minha irmã. Era tão fácil ocupar o cargo que ela ocupava e trabalhar a maior parte do tempo em casa. Ser chefe de redação era uma maravilha, ao meu ponto de vista, se era para ser igual ela é.
Imediatamente, Senna deslocou-se do canto da sala de refeições e serviu-me com salada de frutas e suco de laranja. Novamente, mas dessa vez pelo canto do olho, vi que minha irmã estava fazendo cara de nojo, mas dessa vez porque queria uma refeição semelhante a minha. Na verdade, ela detestava tudo o que Senna fazia para ela, achando que tudo o que nossa empregada fazia estava de contragosto a suas ideias. Eu, sinceramente, estava pouco ligando para as frescuras da mimada da minha irmã; afinal, tudo era culpa de Eleazar, nosso pai, e em breve, muito em breve, ele se veria comigo – que ele levasse as malas de Irina de volta para casa…
Percebi que estava com muita fome assim que sorvi o primeiro gole do suco. Meu estômago parecia se apertar mais e mais, e eu senti que não somente aquela refeição me seguraria até meio-dia. Eu precisava de muito mais que aquilo, mas eu não conseguiria parar para almoçar. Previa que os Volturi logo iriam conversar comigo, muito seriamente.
— Senna, você pode… — eu comecei.
— Eu já preparei, senhora. Hoje o dia não será fácil, eu creio.
— Muito obrigada.
Rapidamente, terminei meu café da manhã e voltei para o banheiro com o intuito de escovar os dentes. Algo em mim falava que eu estava totalmente atrasada para o bendito julgamento. E tudo o que eu menos queria era provocar a fera – e quando eu me refiro desse jeito, não estou falando de minha mãe, mas sim dos Volturi.
— Boa sorte… — desejaram as duas mulheres antes de eu sair da sala de refeições.
Eu acenei para elas antes de partir para o hall do apartamento. As chaves do meu carro estavam sobre o aparador, junto ao lanche que Senna havia separado para mim em uma lancheira térmica, e eu esperava muito que ela, após as dicas que eu lhe dera, não tenha errado a mão e colocado nada que envolvesse carne em minha comida. Eu era vegan desde meus vinte anos e, portanto, quase dez anos se passaram desde então; não seria nada bom se eu quebrasse a minha rotina alimentar com qualquer tipo de carne – isso só me faria ter um ataque com a minha empregada e ela não era merecedora disso.
Por algum milagre – já que eu não era esquecida constantemente –, eu me lembrei que a cidade estaria parcialmente vazia naquela parte da manhã devido as manifestações que ocorriam no lado norte da cidade. Desse modo, foi muito fácil chegar ao tribunal. As ruas não estavam vazias, mas eu cheguei um pouco mais rápido no local.
O problema era basicamente ultrapassar o cerco ao redor do Tribunal. Parecia muito simples se assim falado, mas, por medida de segurança, fizeram um cerco policial para evitarem manifestantes. Muito se dizia que a passeata era sobre o julgamento do Volturi, mas eu não estava com paciência suficiente para acompanhar aquilo pelo rádio enquanto seguia para o tribunal, já que aquilo só me deixaria ainda mais apreensiva. E já bastava.
Um policial com identificação veio em direção ao meu carro, fazendo-me abaixar o vidro do mesmo. Ele não era tão mais velho que eu e seu nome era Samuel; e ao meu ponto de vista, ele não era nada atrativo.
— Identificação…
Eu sempre tinha meu ID perto de mim, não importando as circunstâncias. Eu sabia que ele estava no porta-luvas do carro, já que eu o havia deixado ali na noite passada, então fui em busca dele. E assim que eu o estendi, seus olhos me fuzilaram de um modo que me deixara assustada – ainda que eu soubesse esconder meus sentimentos pelo tempo que eu tinha de experiência no assunto, por causa da minha profissão, que precisava me deixar agir fria e calculosamente –, mas ao mesmo tempo me causou um pouco de repulsa de mim mesma pela imagem que eu estava me tornando ao assumir aquele caso. Não que eu quisesse, mas de alguma forma me senti pressionada a fazê-lo – não pela minha família, mas pela minha própria mentalidade, que sempre buscou coisas fora do comum para fazer.
— Boa sorte — a voz do sujeito amenizou sua carranca, como se quisesse me informar. — Você já sabe das notícias?
— Eu não estava ouvindo as notícias no rádio.
— A manifestação está se deslocando para cá. Em algumas horas, ao decorrer do julgamento, os protestantes virão até aqui para acompanha-lo. No final das contas, foi ótimo que decidissem pelo julgamento à portas fechadas.
Eu teria falado alguma coisa se não fosse uma policial impedir a atenção daquele sujeito, que tornou a ser dominado por uma carranca ao me devolver minha identificação. Ele mesmo acabou me orientando a seguir em frente. E aquilo me deu calafrio.
Não me deu calafrio o fato de eu precisar seguir em frente, mas sim por ver sair de um carro preto, um BMW provavelmente, o patriarca da família Volturi, Aro, sendo guiado por sua filha mais nova, Jane e seu motorista, Felix. Eu preferi seguir em frente e estacionar o mais perto possível do outro estremo da barreira policial. Assim, eu possivelmente evitaria um encontro com aqueles sujeitos antes de entrar no tribunal. Já não bastava o meu cliente me olhar com seu jeito bruto todas as vezes que eu precisava me encontrar com ele?
Estacionei meu carro no local em que outro policial me indicou. Daquela forma, quando abri a porta de meu carro e sai do mesmo, ele me seguiu até a entrada do Tribunal, tentando me proteger. Ele era tão ou mais sisudo que o outro policial com quem falei, mas, de qualquer forma, era mais bonito e muito mais forte também. Era visível sua identificação: Jacob Black era seu nome. Só que mesmo belo, não fazia o meu porte: eu não gostava muito de New Yorkers – havia algo nos caras nova-iorquinos que eu não conseguia digerir muito bem.
Eu estava afoita ao mesmo tempo que estava nervosa. Eu sentia minhas mãos ficarem um pouco úmidas, ainda que soubesse que uma conduta como aquela geralmente não era tomada pelos advogados, mas era o de menos. Caso eu perdesse aquele julgamento, eu certamente seria tomada pelos seguranças dos Volturi e eles me matariam em qualquer beco perto daquele tribunal, fazendo parecer que aquilo foi um acidente causado pelos manifestantes que vinham até ali apenas para me trucidar. Ora, eu não tinha motivos para ficar nervosa, não é mesmo?
Os minutos seguintes foram cruciais para decidir meu estado nervoso. Quando segui para a sala de julgamento, Alice esperava-me à porta e sua cara era de pouquíssimos amigos, logicamente. Ainda que fosse minha prima, ela detestava ser forçada a seguir a carreira de todos os membros de nossas famílias, apenas para continuar com os nossos escritórios; apenas seguia com isso porque já tivera muito dinheiro em risco e seus pais, por mais dóceis que fossem, não gostariam nada de ver sua filha pródiga lhes contrariando para fazer uma faculdade que raras vezes – exceto se você nutrisse amizade com celebridades – trazia dinheiro a sua vida. Era por isso que Alice virara minha auxiliar; e logicamente detestava tudo isso.
— Aqui está sua pasta, sua irresponsável — ela disse, me fuzilando. — Estava em cima da sua escrivaninha e eu devo receber um aumento por trazê-la até aqui.
— Para de melodrama, Alice; você recebeu um aumento no último mês — respondi, revirando os olhos.
— E isso não deu nem para comprar meu óculos da Dolce & Gabbana.
— Eu vou pensar no seu caso. Quero você me auxiliando — e eu percebi que ela retrucaria, continuei, erguendo meu dedo indicador: — e eu sei que você está em férias da faculdade; portanto, se for o caso, você ficará comigo no Tribunal até tarde.
— O quê? Ficou maluca? Eu combinei de sair com a Kate!
— Essa saída pode acontecer amanhã, não pode?
— Tudo bem, tudo bem! — ela falou, irritadiça, mas ao mesmo tempo vendo que ela não tinha nada para fazer sobre o assunto. — E o que a senhora — Alice bradou, irônica — quer que eu faça?
— Sente-se no Tribunal para acompanhar o julgamento. Daqui alguns meses, essa será a sua vida e eu estou te dando um banquete em mãos. O julgamento é fechado, para pessoas selecionadíssimas, mas como você é minha assistente, eu já coloquei seu nome na lista.
— A chefia é quem manda — completou, emburrada.
As duas, imediatamente, se puseram à frente da porta da sala de julgamentos, que logo foi aberta pelos policiais. A sala encontrava-se quase por completo vazia, exceto pelos poucos Volturi que ali estavam e o Procurador Distrital da Comarca de Nova York. Ele era o homem que fazia-me tremer de nervoso. Quando revelaram-me que ele seria àquele que estaria ao lado do Governo, a primeira coisa que pensei foi em um álibi e ele estava lá quando eu precisava, esperando o momento certo para sua entrada. E nós, os Volturi e eu, sabíamos muito bem que James, o Procurador, faria de tudo para não rejeitar os mínimos detalhes daquele julgamento.
Entretanto, era de praxe que nós nos cumprimentássemos, não apenas por conta da nossa profissão, mas por sermos educados e não nos importava quem estava do lado da lei ou não. Infelizmente, a minha profissão de advogada criminalista exigia isso de mim e eu precisava fazer aquilo, correndo os riscos que corria. E isso poderia não me trazer uma fama muito boa, mas eu era admirada e reconhecida como a melhor na minha área, tal qual um dia meu pai também fora antes de se aposentar.
— Boa sorte — eu o disse.
Os olhos dele, sempre muito claros, faiscaram naquele momento.
— Boa sorte também e espero que esse seja seu último julgamento na posição em que se encontra atualmente.
— Não por menos; eu estarei em breve assumindo o cargo que tanto me esperou.
Ele sorriu de uma forma que eu não soube distinguir se era ironia ou um galanteio. Entretanto, ele sempre soube que buscava muito mais que simplesmente ficar estagnada em um escritório, defendendo clientes arruaceiros, como era o caso de Alec Volturi. E eu estava a apenas um passo de assumir meu lugar como juíza; só bastava assumir o cargo, afinal o resultado já saíra.
— Novamente, boa sorte; por essa e suas próximas conquistas.
— Obrigada.
Nós demos as costas um ao outro e assumimos nossos devidos postos. Eu sentei-me à mesa em que costumam os réus sentarem-se também, enquanto ele permaneceu em pé. Pouco em seguida, fora anunciada a entrada da juíza e a do réu, que sentou-se ligeiramente ao meu lado – seus pulsos sendo presos com algemas. Eu notei a aflição do rapaz, ainda que, quotidianamente, nas manchetes, não fosse aquela a imagem demonstrada por ele: constantemente, aquele jovem rapaz de dezenove anos aparecia na capa dos jornais com a sua irmã gêmea, Jane – que o esperava sentada ao lado do pai – como jovens irresponsáveis e mimados; daquela vez, a imagem demonstrada por Alec e Jane era um pouco temerosa, como se não tivessem noção do que o ato acometido pelo jovem significava. Narcotráfico significava muito para a nação estadunidense e eles não aceitavam, ainda mais partindo de uma família exemplar como os Volturi. Era quase inadmissível eu aceitar tal fato.
Quando a juíza mandou, todos ficaram em pé. Certamente, não eram muitas pessoas, mas ainda assim, as mesmas eram obrigadas a fazer. Daquela forma, a juíza pediu para que todos tornassem aos seus lugares para que ela começasse a descrever o motivo do julgamento. Claramente, eu tentava segurar meu nervosismo apertando meus dedos da mão direita em meu punho, mas isso só me deixava pior e a ponto de reclamar de dores por conta das minhas unhas longas; era verdade que eu preferia isso a ter que demonstrar meus ataques à James – sua influência contava muito em relação ao meu novo cargo.
— Que entre a primeira testemunha — apregoou a juíza.
Guiada por um policial alto, a primeira testemunha era uma mulher. Cabelos escuros, pele clara e olhos azulados; aparentava ter trinta anos; usava saltos e vestia como uma mulher de classe. Eu sabia quem era ela porque seu nome estava nos jornais nos últimos dias. Era a ex-secretária de Aro Volturi, que fora demitida a pouco por sua “falta de capacidade”, como explorara o próprio empregador anteriormente. Ela estivera-o acusando de não pagar seu salário há bons meses, além de causar-lhe humilhação constantemente; ele entrou em processo contra ela por calúnia. O nome dela era Heidi.
Ela se sentou no lugar das testemunhas e ali mesmo prestou juramento.
Em seguida, o promotor distrital se aproximou da jovem e começou a dizer:
— Senhora Seear, primeiramente queremos que o tribunal saiba seu papel como testemunha ocular e que o Estado legou-nos permissão de trazê-la até aqui ainda que esteja envolvida em outro processo ligado a família Volturi. Você conhece o réu, Alec Volturi?
— Sim, senhor — ela disse, um pouco nervosa, guiando o seu olhar com cuidado à mesa em que eu estava com meu cliente e depois voltando novamente para o promotor.
— Há quanto tempo? — tornou ele a perguntar. — E qual é o teor do relacionamento entre vocês?
— O conheço há quase dez anos, senão mais. Comecei a trabalhar para o pai de Alec quando o mesmo tinha oito anos; tinha dezenove anos naquela época.
— Qual era o tipo de trabalho que fornecia para o Sr. Volturi?
— Cuidava de toda a parte que cabia a uma secretária; às vezes, ia além disso.
— “Além disso” como?
— Contesto — disse, levantando-me de minha cadeira, um pouco aborrecida.
— Contesto aceito. Senhor James, mais cuidado com o tipo de perguntas que faz. Essa não é a primeira e tenho certeza que não será a última, portanto reformule a pergunta que acabou de fazer para a testemunha — disse a meritíssima, também nada contente com a pergunta feita pelo promotor distrital.
O homem respirou fundo antes de dar continuidade, tão nervoso quanto eu. Por fim, deu dois passos para frente e ficou ainda mais perto da testemunha. Assim, olhando mais profundamente nos olhos daquela senhorita, ele conseguiu pensar em uma forma de se anunciar.
— Expresse-se melhor.
— Eu era o braço direito e esquerdo do senhor Volturi — disse Heidi, segura de si. — Se eu não estivesse ao lado dele, acho que era capaz de o mesmo ter um enfarte, sendo bem sincera. Eu separava os remédios dele; cuidava da agenda de negócios dele; e estava por trás de tudo que ele necessitasse. Às vezes, eu cuidava de tudo o que estava ligado a vida pessoal dele e não apenas o que estava ligado a família dele — ela disse, observando o sujeito sentado mais ao fundo e eu tive quase certeza de que ele estava a fuzilando. — Caso ele tinha um desafeto, a primeira pessoa que ele recorria era eu; ele mandava que eu colocasse ordem na situação, mas não que eu fosse atrás da pessoa para matá-la ou coisa do gênero, até porque, mesmo se ele me pedisse, eu não seria sangue frio o suficiente para fazer isso.
— Prossiga… — disse o promotor.
— Contesto! — eu me pronunciei novamente, erguendo-me de meu lugar novamente de tão irritada que eu estava. — Meritíssima, esse é um processo sobre Alec Volturi e não sobre a vida do pai do mesmo.
— Contesto aceito novamente. James…
— Perdão, meritíssima — ele disse, parando de observar a testemunha ligeiramente e tornando a olhar para mim com seu olhar faiscante, como se dissesse que eu me veria com ele; eu só fazia o que eu fora paga para fazer. — Como era a índole do jovem Alec enquanto você trabalhava para o pai do mesmo?
— Ele teve exatamente de tudo em sua vida. Mimado, mas talvez um pouco menos que a irmã, por motivos óbvios – ele é homem e, portanto, deve seguir com os negócios da família. De qualquer forma, sempre teve tudo o que quis e a isso inclui-se coisas ilícitas.
— Com isso, ele foi pego com uma quantidade considerável de coisas ilícitas junto à si enquanto embarcava para a Itália, seu país natal.
— Exatamente e essa não é a primeira vez, entretanto.
James não escondeu o horror falso que trazia consigo. Ele já vira quadros como aquele diversas vezes em sua vida, por mais curta que fosse a sua carreira. Além do mais, aquele teatrinho descabido era ridículo; mas eu não me articularia sobre o assunto – minha objeção seria negada, eu tinha certeza.
— Haviam outros negócios que o rapaz Volturi estava envolvido?
— Logicamente: ele não carregava consigo somente drogas, mas também armas, ainda que não tivesse licença para carrega-las. Muitas delas passavam primeiramente nas mãos de seus seguranças ou até mesmo do seu motorista, Felix; quando assim não eram, as mesmas passaram nas mãos do próprio pai ou dos tios, Caius e Marcus.
O promotor não mediu suas palavras ao falar as palavras seguintes:
— Os demais acusados de um processo semelhante à esse, aos demais Volturi, a senhora Anthenodora e seu esposo, tio de Alec, Caius, tem algo a mais envolvido nesse processo?
— Sim. Alec foi apenas um alicerce para que os demais, na verdade, escapassem; os culpados de fato são Anthenodora e Caius, os grandes influenciadores do rapaz Alec.
O poder em mãos de James caiu por terra naquele momento, mas ele mesmo não imaginava aquilo. Era triste para ele que em anos, ele estivesse perdendo um julgamento no seu início por uma escorregadela de sua testemunha. Entretanto, eu não daria aquela apreciação por vencido, afinal acometer isso seria um erro crítico.
Era visível que James apertava a palma de sua mão por conta da abertura que dera aquela sua testemunha, mas eu tinha certeza de que ele não poderia fazer mais nada com a senhora. Ele estava nervosíssimo.
— A testemunha é sua, Denali — ele disse, virando-se cento e oitenta graus em seus calcanhares para fixar-me os olhos. De tão nervoso, ele estava completamente vermelho.
— Obrigada, senhor Gigandet — eu me pronunciei não tão tranquila.
Era verdade que Gigandet poderia, a qualquer momento, dar a volta por cima, pois facilmente ele tinha o poder de persuasão sobre as pessoas. Dessa forma, eu me ergui de minha cadeira, ao lado de meu cliente, e segui para o mesmo lugar que James esteve anteriormente, podendo ver as faíscas de mentira nos olhos de Heidi. Ela era uma grande jogadora; era uma pena que o procurador não chegou a ver isso.
— Senhora Seear, você afirma a situação apresentada anteriormente?
— Afirmo. Por mais mimado que Alec seja e mesmo que o legado de seu pai seja seu a posteriori, posso até mesmo chama-lo de ignorante perante alguns assuntos; senão, inocente. Ele é facilmente influenciável; bobo.
— Isso se deve ao fato de o pai trabalhar muito e não dar atenção aos filhos, ainda que a esposa, Sulpicia, tenha falecido anos atrás?
— Provavelmente sim e eu já percebi isso quando comecei a trabalhar para Aro Volturi; eles eram comprados constantemente com presentes e viagens caras apenas para ressarcir a distância do pai. E confesso que a maior parte das vezes, eu me encarregava deles ou, simplesmente, ninguém o faria; nem mesmo as babás deles. Talvez eu fosse uma das poucas, senão a única, que me importava com eles. Muitas vezes, até, coloquei-os para dormir, levei-os ao médico ou ao parque.
— E após a entrada do mesmo na adolescência, como foi a índole do réu? Permaneceu a mesma?
— Não por totalidade. Como disse anteriormente, ele é facilmente influenciável. E assim continuou e provavelmente é assim que ficará; e se duvidar, ele se casará, inclusive, com uma mulher fria e manipuladora — a testemunha suspirou fortemente antes de continuar, demonstrando que aquele cansaço não era somente físico, mas também psicológico. — Anthenodora era a única imagem feminina próxima dele e que pertencia a família dele; assim, tão logo, ele foi se aproximando mais e mais da tia. E quem mais serviria para si, para envolver seus negócios, que não Alec? O filho dela com Caius não seria o envolvido no caso de contrabando, obviamente.
— Juíza, eu não tenho mais nada a dizer — anunciei, afastando-me com passos curtos antes de me virar e seguir para o meu lugar habitual ao lado de meu cliente.
— Senhora Seear, você está dispensada — pronunciou-se a juíza. — Que entre a próxima testemunha.
Rapidamente, Heidi saiu de seu lugar sendo guiada por um policial até uma sala reservada, longe das demais testemunhas. Em seguida, o lugar da testemunha foi tomado por uma mulher com traços expressivos, olhos escuros, assim como seus cabelos. Logo reconheci a pessoa; Renata, cujo sobrenome poucos conheciam, era a ex-esposa de Aro.
— O que essa sujeita está fazendo aqui? — perguntou, com a voz baixa, mas claramente irritada, o meu cliente.
— O Promotor Distrital a convocou como testemunha.
— Ela é um álibi para ele. Estou perdido. Essa mulher me odeia.
Não estava, se dependesse de mim. Eu não costumava deixar os meus clientes na mão.
Com o passar do julgamento, Renata descreveu, sob o pedido de James, um pouco mais sobre a vida de Alec e Jane, mas não com tanta precisão quanto Heidi anteriormente fizera ou ao menos não com tanta precisão como o Promotor de fato queria. Logicamente, havia uma rede de mentiras ali nas mãos da ex-esposa de Aro Volturi que ela não queria expor, talvez porque aquela situação fosse combinada anteriormente com o próprio Promotor. Eu não exporia mais o meu cliente através da palavra Contesto; eu sabia em que canto estava me enfiando e mesmo que os Volturi imaginassem que eu não estava fazendo nada para proteger meu cliente, eles estavam muitíssimo enganados; as cartas estavam em minhas mãos – bastava que eles confiassem em mim.
Os jurados pareciam ter a mesma posição que eu, afinal, a cada momento, parecia mais que Renata estava com mentiras e mais mentiras em suas mãos. Ponto para o meu cliente, novamente. A ex-Volturi levou exatamente uma hora e meia para descrever seu testemunho.
Apenas tornei a me pronunciar quando o Promotor Distrital, entediado, anunciou que a testemunha estava novamente em minhas mãos. Faltavam menos de meia-hora para o almoço, mas eu, quando disposta, poderia fazer as ideias expostas em um Tribunal cair por terra. E logicamente, naquele caso, não estava nada difícil.
— Bom dia, Senhora Smythe. Eu serei direta nas minhas perguntas. Quanto tempo você conviveu com a família Volturi?
— Aproximadamente dois anos.
— E nesse meio tempo como foi o seu relacionamento com Alec: ótimo, péssimo ou razoável?
— Péssimo.
— Existe algum motivo em específico nessa história, Senhora Smythe?
— Não que eu tenha percebido ou não que eu tenha avaliado, na verdade. Ao que parecia, Alec e Jane não gostavam de mim unicamente porque achavam que eu substituiria o papel que era pertencente a mãe deles, quando a minha intenção jamais foi essa.
— Tem certeza de que é unicamente por isso?
— Creio que sim.
Suspirei, cansada. Tribunais não eram lugares para se crer; você não podia ser inflexível e mesmo ela tendo feito juramento, ela o foi, cometendo um longo deslize.
— Você tem certeza do que fala?
— E…
— Sim ou não?
— Não.
— Você está dando um falso testemunho e está ciente disso, Senhora Smythe, ainda que tenha feito um juramento.
— Mas…
— Todos nós sabemos que o relacionamento que teve com Aro Volturi não passou de um ano, dentre namoro, noivado e casamento, o que não foi suficiente para julgar o caráter de Alec, ainda mais quando ele era uma pessoa que estava entrando na adolescência — eu disse, virando-me daquela vez, para a Meritíssima. — Eu não tenho mais nada a perguntar.
Naquele momento, faltavam menos de dez minutos para meio-dia e eu estava mais que cansada. O sono acumulado não precisava me cair naquele horário; era demais. De qualquer forma, o recesso sempre se dava a partir do meio-dia e eu precisava descansar em algum lugar, nem que fosse por dez minutos.
A Meritíssima pareceu ouvir meus pensamentos.
— A sessão está suspensa até às duas da tarde.
Fui a última a me erguer naquele tribunal. Meus pés doíam, assim como a minha cabeça, por causa da enxaqueca que sempre tive e que se agravava consideravelmente no que se tratava à claridade. Essas dores de sempre me obrigaram a colocar minha cabeça entre minhas mãos, na tentativa de massagear minhas têmporas, ainda que soubesse que artificio tal não melhoria meu estado em nada. Meu estresse era o culpado daquilo.
Eu ouvi meu cliente sendo levado para sua sala habitual e virei minha cabeça ligeiramente para vê-lo partir. Não muito depois, Alice já estava ao meu lado, parada, como se esperasse que eu lhe desse uma bronca; logicamente, eu não estava com forças para isso e se ela não havia percebido, eu também não tinha força alguma para estar naquele lugar. Isso parecia o de menos para minha priminha querida, pelo visto: sua vida era regada de coisas fúteis e ela achava simplesmente que proteger um cliente nos tribunais era uma coisa simples; o dinheiro que ela gastava vinha sempre daquilo.
Quando a olhei, seu olhos brilhavam com uma certa admiração, ainda que eu sentisse-me um pouco incapacitada. Eu apenas soube como conduzir um julgamento e fazê-lo ir ao favor do meu cliente, afinal as testemunhas que o Promotor escolhera foram péssimas.
— Tanya…
— O que é, Alice? — disse, deixando minhas mãos caírem sobre a mesa a minha frente, obrigando-me a sustentar meu olhar em seu rosto, como se aquilo fosse a coisa mais agradável a se fazer. — Minha paciência está um pouco esgotada, se você não percebeu.
— Não é isso — ela argumentou. — Eu preciso falar com você e de preferência, longe daqui.
Suspirei. Alice era uma garota que conseguia me tirar facilmente a paciência, mas ela era, igualmente, uma jovem iniciante que nada sabia sobre a vida e, tampouco, sobre a profissão que a esperava. Aquilo não era o sonho dela e sim um sonho que lhe desejaram, então eu não podia esperar muito dela, ainda mais ela sendo uma jovem. Não era a mesma coisa que eu esperei para mim a vida inteira.
— Ok. Eu não posso sair das mediações do Tribunal, então…
— Vamos conversar no meu carro. Ali, dificilmente, um segurança dos…
— Aham! — interrompi-a. — Alice, você precisa andar mais comigo e aprender certas coisas sobre o mundo judicial. Você ainda é uma pedra bruta e tudo o que você aprendeu comigo no escritório exige atenção especificamente nesses momentos.
— Desculpe-me, Tanya — ela disse, dando ênfase em meu nome com certa irritação, como se estivesse detestando o fato de eu, além de ser sua prima, ser sua chefe.
Eu ergui-me de minha cadeira, demonstrando o tédio de sempre, e segui aquela garota para fora da sala de audiência, que àquela altura estava totalmente vazia exceto por nossa presença. Ela parecia afoita e pela sua mudança rápida de humor, eu poderia, até, dizer que ela era tão bipolar quanto minha irmã, Irina, mas ainda assim, eu a segui, não tão rapidamente quanto, ainda que ela me agitasse. Já não tinha mais pique para levar minha vida tão agitada quanto uma pessoa que há pouco saíra da adolescência, como era o caso dela.
Nós paramos, afoitas, quando chegamos à calçada. Eu me impressionei com o fato de a rua estar tomada por manifestantes, sendo que a maior parte deles estavam carregando cartazes que estavam dizendo palavras contrárias a Alec, mas isso não me faria desistir tão facilmente daquele julgamento, ainda que, provavelmente, James estivesse falando palavras contrárias a minha defesa para algum bando de jornalistas, também.
— Meu Deus! — exclamou Alice.
— E você ainda acha que essa é uma profissão fácil? — perguntei-a. — Só defender alguns casos, ganhar dinheiro em cima disso e digitar algumas defesas? Você estava terrivelmente enganada quando disse isso.
— Estou percebendo isso agora — ela ponderou. — Desculpe-me por isso.
— Ok — eu não tinha costume em falar que determinada pessoa estava desculpada; desculpas, a maior parte das vezes, eram esfarrapadas e eu tinha certeza de que seu eu desse tal parte a pessoa, ela poderia cometer um erro ainda pior. — Agora, cadê o carro?
Por mais que o carro dela fosse chamativo, não só pela marca, mas também pela cor, eu não conseguia vê-lo em meio aquele montante de carros estacionados naquele local. Talvez ela não estivesse com o Porshe dela, afinal.
— Tanto faz. Eu não estou com cabeça para achar o carro de Edward agora.
Provavelmente, ela pegara emprestado o Volvo porque, ao menos, ele era muito mais discreto que seu Porshe ou o Aston Martin dele. Mas para mim, meu carro era o ideal, já que ele estava em um canto distante, e era ainda mais discreto que os carros da família Cullen por ser preto e ter seus vidros na mesma tonalidade, basicamente, por causa do insulfilm; o seu tamanho era o único problema, por ser um VW Touareg, ou seja, um SUV.
Meu carro era um dos poucos que não estava muito às vistas dos policiais, uma vez que as barreiras foram reforçadas devido aos protestos em torno do julgamento de Alec Volturi – eu só esperava não sair como vilã dessa história toda, ainda que a bomba fosse jogada nas mãos de Caius e Anthenodora Volturi, os chefes de boa parte da Máfia Italiana em Nova York. Nós seguimos para meu automóvel, ao qual destravei somente quando chegamos muito perto do mesmo, e minha prima sentou-se no banco do passageiro quando eu sentei-me em meu lugar habitual.
— Você pode começar a falar antes que deixe mais aflita, pelo amor do santo Deus?
Rapidamente, ela abriu a maleta de trabalho dela, deixando a vista o notebook que sempre trazia consigo. Entretanto, obviamente, não era aquilo que ela queria me mostrar e, tampouco, seu objeto de trabalho foi a primeira coisa que eu vi naquela maleta. Meus olhos, automaticamente, pararam sobre o papel craft branco com enfeites em renda e as letras EC e IS estavam impressas ali; eu quase tive um ataque cardíaco quando vi aquilo.
— Eu sei que não sou a melhor pessoa a falar sobre isso com você, afinal você não é a melhor amiga da Isabella — ela disse, com um sorriso meia-boca, percebendo o quão triste eu ficara repentinamente. — Edward, porém, é seu primo e também seu melhor amigo, então ele não gostaria de vê-la longe nesse momento importante para a vida dele. E espero que você saiba que ele ama demais aquela garota.
— Alice, você não está me pedindo isso, está? — perguntei, atônita.
— Infelizmente, sim. Eu estou te chamando para ir ao jantar de noivado de Edward e Isabella. E eu só fiz isso porque eu tinha certeza que você mataria o Ed caso ele viesse te falar sobre o assunto, o que não seria nada legal, eu tenho quase certeza. Mas isso é o de menos… — ela disse ao colocar o convite em minhas mãos, ainda sem me olhar; quando fez tal ato, ela se impressionou. — Respira, Tanya. Estou falando sério, Tanya, RESPIRA! E não faça um escarcéu apenas por causa dessa notícia.
Eu me senti um pouco zonza quando tornei a respirar.
Não estava preparada para ouvir uma notícia daquelas com todos os problemas que eu estava colecionando para a minha vida. Mas era o que sempre me diziam: se você não tem sorte no jogo, tem sorte no amor e vice-versa.
— Eu ainda não estou acreditando nisso, Alice.
— Mas precisa acreditar.
— E se eu não quiser?
— Isso será problema seu, prima. Nós sempre te avisamos para tirar esse cavalinho da chuva, por um simples detalhe: Edward jamais aceitaria ter um compromisso com alguém cujo laço sanguíneo é semelhante ao dele, o que é o seu caso. Carmen e Esme são irmãs ou você se esqueceu disso também por tão obtusa que ficou após acumular tantos processos para defender?
— Cala a boca, Alice! — eu falei, irritada, e, novamente, comecei a massagear minhas têmporas, de tão nervosa que eu estava. — Eu só preciso de um tempo para raciocinar sobre o assunto.
— Eu ficarei calada.
— Então fique de uma vez! — completei, ainda mais frustrada.
Aquela foi a primeira vez na vida em que vi Alice ficar inteiramente quieta. Geralmente, quando pedíamos, ela ainda resmungava, mas nem aquilo ela fez e isso me deixou inteiramente surpresa.
Alguns minutos se passaram até minha linha de raciocínio voltar ao normal. Eu não acreditava que Edward tinha feito aquilo consigo mesmo, mesmo sob meus conselhos; eu sabia mais que ninguém que Isabella Swan não era flor que se cheirasse e que ela era uma das pessoas mais geniosas que eu conhecia; a diferença, entretanto, corria no fato de ela ser médica, tal qual Edward e o pai dele, Carlisle. Contudo, eu estava prestes a deixar meu primo ser feliz – se aquela era a visão que ele tinha de felicidade –, então o máximo que eu podia fazer é deseja-lo boa sorte.
— Diga-o que irei ao jantar — eu disse seriamente, por fim.
— Era só o que eu precisava ouvir — Alice disse, parando de fazer melodrama.
Naquele momento, eu sentia que nenhuma comida cairia bem no meu estômago e assim optei por rejeitar o lanche feito por Senna, que estava no banco traseiro de meu carro. Aliás, se eu tivesse que comer alguma coisa, seria alguma coisa de quinta que estaria acompanhada de algum chope; mas isso, entretanto, não seria o meu melhor aliado, principalmente quando se precisa enfrentar um tribunal, novamente, em seguida.
— Estou sem estômago para nada agora. Se estiver com fome, Senna deixou um lanche separado para mim; está ali atrás.
Ela virou ligeiramente a cabeça para trás, viu a bolsa térmica de cor roxa parada sobre o banco traseiro e estendeu o braço para puxar aquele objeto para si. Logicamente, o lanche a agradou da mesma forma que teria me agradado se não estivesse sem estômago para digerir qualquer coisa que fosse.
Assim, eu preferi ficar pensando em meu cliente por alguns minutos. Precisava pensar em como, sem meu álibi, deixa-lo passar totalmente por inocente. Para o Estado, faltava apenas uma testemunha e, de qualquer forma, eu só tinha meu álibi e o testemunho de meu cliente antes do resultado, partindo dos jurados.




Última edição por nscherbatsky em Sex 26 Jul 2013 - 21:23, editado 2 vez(es)
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O Anel de Noivado - Capítulo 1 - Parte I [+18] :: Comentários

SuperNaty
Re: O Anel de Noivado - Capítulo 1 - Parte I [+18]
Mensagem Ter 9 Jul 2013 - 15:07 por SuperNaty
Muito legal mesmo, continua assim viu? Very Happy
nscherbatsky
Re: O Anel de Noivado - Capítulo 1 - Parte I [+18]
Mensagem Ter 9 Jul 2013 - 18:48 por nscherbatsky
SuperNaty escreveu:
Muito legal mesmo, continua assim viu? Very Happy

 Own, muito obrigada ^^ Continue acompanhando! Smile
 

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