Clique aqui para ver todos os capítulos desta história!Tema do Livro:Percy Jackson & Os Olimpianos
Gêneros:Romance, Aventura, - Clique aqui para ver as Informações Iniciais:
Sinopse: Andrômeda Williams cresceu ouvindo sobre uma guerra que não conhecia, sobre uma profecia que não se realizara e sobre um titã que não existia. Sua tia, Gretel, delirava falando sobre lealdade ao Senhor do Tempo, embora Andy não o conhecesse. O pior, é que Andrômeda fazia coisas quebrarem ou pegarem fogo quando estava irritada, e por conta disso nunca era aceita em grupos nas escolas na qual passara a vida toda trocando.
Ela era uma deslocada. Uma ninguém. E não importa quanto poder sua tia dissesse que ela possuía... Ela continuaria sendo.
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Notas Iniciais / Disclaimer: - Grande parte dos personagens pertence a Rick Riordan, assim como ao incrível mundo de Percy Jackson; Andrômeda Willians é de minha autoria; a fic se passa a partir do final de Batalha do Labirinto e tem duas narrativas; não é uma fic Percabeth.
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Trailer do Capítulo: ______
Meu pai morreu quando eu tinha 7 anos.
Não, eu não estava presente. Embora, de algo modo, eu tenha toda a cena visualizada na minha mente. Todos os mínimos detalhes do estranho acidente de carro que o fizera despencar de uma ponte, afundando no Oceano. Afogado. Morto. Em seus plenos 39 anos de vida. Eu me pareço muito com ele. Mesma pele morena, cabelos negros, olhos escuríssimos. A diferença é que meus cabelos batem na cintura... Mas, apesar disso, ainda sinto dores ao me olhar no espelho...
Não conheço minha mãe. Embora eu desconfio de que ela tenha morrido, titia sempre insisti em dizer que ela está viva. Não só isso! Titia diz que mamãe não é capaz de morrer. Ela jamais morrerá.
Tento pensar que isso é um consolo, que minha tia quer dizer que minha mãe sempre se manterá viva em nossos corações e essa baboseira toda... Mas algo dentro de mim sente (com toda a certeza) que estou errada ao pensar nisso.
Tenho 15 anos. Nada mau, hein?! Errado. É tudo mau. Eu não tenho pai, nem mãe. Sou criada por uma tia maluca num apartamento qualquer em Manhattam, Fui expulsa de todas as escolas no qual estive. Não tenho amigos. E pensar nisso tudo de uma vez sempre faz com que alguma coisa perto de mim quebre por vontade própria... Tento me convencer de que é minha imaginação, ou que foi coincidência... Mas a cada dia tenho a impressão de que não é.
Hoje é dia 18 de agosto. Meu aniversário. Estou no meu quarto. Fazendo nada, para variar.
- ANDY! - grita minha tia da cozinha.
Meu nome de verdade é Andrômeda. Meu pai me dizia que Andrômeda era esposa de um dos heróis mais justos no passado, Perseu. Ele dizia que todas as mulheres que se casavam com heróis se davam mal e/ou eram abandonadas, como Dejanira, Ariadne, Medeia... Todas menos Andrômeda. Meu pai disse que ela sabia enxergar as qualidades dentro de uma pessoa, e que viu muita bondade em Perseu, ainda mais depois que ele a salvou. Ele sempre dizia que eu e ela erámos muito parecidas...
E é verdade. Posso ver, não sei como, a personalidade de cada um, se eu quiser. Mas é como os objetos se quebrando, não sei como acontece.
- ANDY! - minha tia torna a gritar.
- JÁ VOU.
Saio do quarto e viro a direita. Pronto estou na cozinha! Essa gritaria é totalmente desnecessária.
Minha tia fazia torradas. De longe, pode parecer uma doce mulher comum, com seus 30 anos e algumas rugas surgindo no rosto moreno. Mas não se deixe enganar. Ela me assusta. Sempre diz coisas sem sentido de uma hora para a outra. Que eu devo seguir ao exército do Rei dos Titãs, assim como minha mãe. Os olhos dela brilham de um vermelho maligno e eu não consigo compreender o que diz.
- Ah, minha querida Andy.... - ela diz vindo me abraçar. Fico dura como pedra.
- Hã... bom dia, tia.
- 15 anos. Uma data sagrada. Sua mãe deve querer que comece sua missão agora.
Começaram os delírios...
- Que missão, tia?
- Depois falamos disso. - ela tira um colar do bolso. Era de prata e seu pingente era
uma foice.
- O que é isso? - pergunto, com o cenho franzido.
- Seu presente de aniversário, eu que fiz - titia põe o colar em mim. E assim que o faz sinto um frio gélido e sombrio subir minhas costas - hoje você parte para o Acampamento.
Me afasto dela, assustada, e pego uma torrada para disfarçar.
- Que Acampamento?
- Acampamento Meio-Sangue. Para jovens como você.
Não sei porque, mas começo a sentir a raiva subir pelo meu corpo.
- Jovens como eu? - pergunto fria - quer dizer com dislexia? Ou sem pais? Ou que quebram objetos sem encostar neles?
Nesse momento, uma xícara junto de seu pires explodiram em cima da mesa, espalhando cacos de porcelana para todo o lado.
Minha tia apenas sorri.
- Não - ela responde - para semideuses.
Ouvi sobre mitologia grega toda minha vida. Sei o que são semideuses. Filhos de deuses gregos com mortais pelos quais se apaixonam. Mesmo assim fico completamente confusa. Nems estava delirando muito mais. Mas se eu interna-la num hospital... que outra família me resta?
- Você está dizendo que sou uma semideusa? - pergunto, incrédula e um pouquinho zombeteira.
- Exato - ela se abaixa para reunir os cacos de vidro - filha de Hécate. Sem dúvida a deusa mais poderosa existente.
- Hécate? - rio alto - a deusa da magia?
Minha tia se vira para mim, com um sorriso sarcástico. Ela ergue as mãos que seguram os cacos de porcelana da xícara.
- Da onde acha que vem esse seu... talento?
Essa pergunta não consegui responder.
Fazia sentido. Mas era tão impossível.
- Sua mãe foi ridicularizada todos esses anos - minha tia diz com amargura - chamada de "deusa menor", enquanto os Olimpianos ficavam com toda a glória. Você vai ao Acampamento. Será a primeira filha de um deus menor a ser reclamada. Provará que é mais poderosa que um filho do Três Grandes. E vai ajudar ao Senhor do Tempo a destruir o Olimpo. Vai sim...
Fiquei com tanto medo que a torrada derreteu, transformando-se em água límpida.
Isso ás vezes acontecia. E, depois de tantos anos me perguntando o porque, Tia Nems vem com esse papo completamente sem sentido sobre mitologia grega e Hécate... mas, por que uma voz dentro de mim gritava dizendo que era verdade?
Titia continua sorrindo.
- Se duvida de mim, Andy, prove que seu pai estava certo. Ele dizia que Andrômeda tinha muitos poderes intuitivos, não é? Isso é verdade. Veja se estou mentindo. Pergunte a si mesma?
Tentei visualizar um ponto que dissesse que Nêmesis estava mentindo. Eu sempre consegui ver quando ela mentia (o que não era muito raro). Algo como uma aura vermelha encobria seu rosto, como de outras pessoas... é difícil explicar. Mas quando apertei meu olhos para tentar visualizar... Não encontrei nada. Nem um pingo de vermelho que provasse que eu estava certa.
Nêmesis falava a verdade.
E o cordão que ela me dera começava a espalhar mais frio pelo meu corpo.
Ela pega uma mochila no canto da cozinha e me entrega.
- Te levarei lá de carro. - ela diz - e quero que me ouça bem. Só há um imortal que você servirá: Cronos.
O Rei Titã. O Senhor do Tempo. Sinto arrepios na espinha.
- Cronos? - pergunto. O nome faz com que o colar fique gélido, quase congelante.
Titia assente, sorrindo.
- É ele quem reconquistará a justiça. Ele ganhará a glória dos deuses injustiçados, como sua mãe. Ele queimará o Olimpo. Você queimará o Acampamento Meio-Sangue. Os deuses são mais vulneráveis sem os seus filhos. Quando estiver lá, aguarde informações minhas
Saímos do apartamento. Meus passos estão pesados. Não consigo assimilar aquilo. Não quero queimar ninguém. Mas, quanto mais minha tia falava, mais eu sentia ódio. Não sei porque. Parece que vem de onde o colar de prata toca quando eu me movimento: meu peito. Quando sinto o contato da prata fria mais quero acertar as contas, mais quero vingança.
Quando entro no carro, estou decidida a seguir quaisquer regras que minha tia maluca der.
Ela dá a marcha no carro e olho para seu rosto. E me assusto. Ele estava sem rugas. Sem olhares malucos e distantes. Ela parecia... jovem. Intacta pelo tempo.
Tentei não me surpreender, mas é impossível.
- Tia.
- Eu.
- Você é... mortal?
Ela ri amargamente.
- Não, criança. Eu sou aquela que fez seu belo colar. Eu sou uma deusa.
- Que deusa?
Ela se vira para mim, os olhos deixando a coloração castanhas para um vermelho vivo.
- Eu sou Nêmesis.