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  O Anel de Noivado - Capítulo 2 - Parte I [+18]

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26072013
Mensagem O Anel de Noivado - Capítulo 2 - Parte I [+18]

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 O Anel de Noivado - Capítulo 2 - Parte I [+18] Capa_283984_1374491222

Tema do Livro:
Saga Crepúsculo

Gêneros:
Angst, Amizade, Drama,

Clique aqui para ver as Informações Iniciais:



Aquele encontro arranjado repentinamente me deixou claramente nervosa, mas o que me deixou ainda mais nervosa foi o fato de Alice passar por cima da minha autoridade sobre a minha própria vida. Só de pensar nessa situação, eu senti o frio correr a minha espinha de cima a baixo e fazer seu caminho de volta. Ela não precisava tomar as rédeas sobre a minha vida na tentativa de preservar a minha sanidade mental após todo o acontecido no meu passado.
Mal completaram meia-hora após eu adentrar o apartamento, Alice apareceu ali. Eu pude ouvir ao longe a sua voz aguda em uma conversa rápida com Irina, pouco após Senna recebe-la à porta. Fiz ela me esperar; estava em meu banho, retirando aquela sensação de podridão que era originária do julgamento que tomara parte da minha manhã e tarde.
Poderia até dizer que senti um refluxo subir-me pela garganta apenas por pensar na imagem de Alec Volturi, postergada pela imagem de toda a sua família naquela mesma sala que eu. Somente no final, a imagem de James me apareceu e eu sabia bem porquê.
James não era o tipo de homem com uma boa imagem e, na verdade, ele era um cretino aos meus olhos. Vindo de uma boa família, assim como eu, se formou aos vinte e três em Direito e logo – e talvez com alguma ajudinha de seu pai –, passou no primeiro concurso público para a promotoria distrital de Nova York. E ali permanecia desde então, sendo que se especializou, com o tempo, em criminalística, assim como eu também fiz. Nós tínhamos uma diferença mínima de idade – eu era somente três anos mais nova que ele –, mas eu sabia sua fama – ele, ali no Tribunal, podia ser o homem mais honroso e respeitável do mundo, recebendo, inclusive, elogios meus, mas isso não reduzia o meu conhecimento sobre a sua má fama em sua vida pessoal e isso me aterrorizava.
As mulheres que andavam com ele eram, no mínimo, modelos e eram as mais belas já vistas no mundo da moda; muitas delas, até, eram ou foram modelos da Victoria’s Secret ou da Chanel e me davam raiva de tão belas. Mas ele fazia jus a isso e era o mínimo que a vida poderia lhe recompensar.
Os Gigandet eram, na verdades, bem providos de beleza e dinheiro, mas James, em especifico, ainda que tivesse tudo isso, exalava perigo e canalhice, para dizer bem a verdade, e os olhos claros dele, no tom azul levemente esverdeado, expressavam isso de longe. Aliás, tudo nele indicava, ao longe, que ele não precisava estar no cargo que estava.
Mas, talvez, fosse ele a pessoa certa para dar chance ao andamento da minha vida depois de todo o ocorrido, já que Edward, em breve, se casaria com a sua Bella.
Respirei fundo antes de sair daquele banheiro com o corpo contornado pelo meu robe branco de seda e uma toalha emoldando meus cabelos sobre a cabeça. Do lado de fora, eu vi Alice preparando as coisas sobre a minha penteadeira; ali estava o kit que ela, provavelmente, trouxera de sua casa. Um vestido azul, cujo cumprimento era curto, pairava sobre a minha cama e aos pés do mesmo, um peep-toe preto. Só de olhar aquelas roupas, eu me senti uma prostituta; eu estava reprovando aquilo tudo desde o primeiro momento, mas se eu dissesse um A, seria prontamente desaprovada por minha prima.
Naquele momento eu tive a certeza de que fazia algum tempinho que Alice não observava com firmeza o noticiário.
A baixinha me olhou com desaprovação. E eu retornei aquele mesmo olhar para ela.
— Faça isso por você, não por mim, Tanya — ela disse, colocando suas mãos em meus ombros, me obrigando a sentar na cadeira que ficava a frente da penteadeira. — Pode ser que ele não seja o homem dos seus sonhos, mas ao menos dê chance ao seu coração. Os fantasmas do passado devem ficar no passado, se é que você me entende.
Eu entendia, mas dei de ombros e a vi trabalhar em meus cabelos com uma devida habilidade fora do comum. E era como se ela tivesse nascido para trabalhar com moda. De qualquer forma, eu me senti tremendamente nauseada novamente porque aquele era o meu primeiro encontro com um homem desde…
Meu fígado deu sinais de que por ali passeava o suco bilear, apenas de pensar no que acontecera em meu passado. Mas era tentar ou tentar. Eu precisava ignorar meus medos algum dia e, talvez, James fosse a oportunidade certa para aquilo.
— Às vezes, você não é tão irritante quanto parece, Alice — eu disse e reafirmei logo em seguida. — Somente às vezes.
Aquela garota, eu sabia, precisava saber muito da vida ainda. E eu sentia algo parecido com piedade sobre ela, principalmente por Esme cegá-la em relação ao que, de fato, acontecia no mundo fora da realidade em que ela vivia.
— Obrigada. Muito obrigada — disse a pequena irritante, teatralmente. — Confesse: você me ama.
— Lógico — eu afirmei, debochadamente. — Se eu não te amasse, eu teria colocado sua cabeça na privada tão logo eu te vi aqui e daria descarga — completei. — Eu posso ser loura, mas não sou idiota, Alice. Ainda não entendi qual a sua intenção ao me empurrar para um cara como James! Você não sabe muito bem sobre a pessoa que ele é, de fato, não é?
— Só conheço os bons feitos dele — ela rebateu. — Mas o que importa? Talvez ele precise de uma mulher como você para arrumar a vida dele e talvez seja ele o homem certo para arranjar sua vida.
Não existia homem certo para apagar o meu passado, isso era um fato consumado, mas a inocência de Alice me fazia querer tentar. Apesar de ela ter Jasper Hale como seu namorado desde a época da adolescência, aquilo não significava a mesma coisa. Ela não esteve vulnerável como eu estive.
— Talvez eu deva procurar um psicólogo — comentei para mim mesma, mas Alice captou a mensagem, fez uma careta e não disse mais nada.
Daquela forma, ela continuou a trabalhar no meu cabelo, secando-o e escovando-o com uma habilidade descomunal. Em pouquíssimos minutos, a babyliss passeava em meus fios, deixando-os ondulados e belos, de uma forma que eu só ousaria deixá-los quando me via obrigada a acompanhar a minha família em algum coquetel ou jantar importantíssimo, o que acontecia desde sempre desde o meu debute. Eu reconhecia com facilidade que meus cabelos com aquelas ondas passeando por eles se tornavam ainda mais belos.
Logo, meus cabelos ganharam um penteado fácil de ser desmanchado, caso aquilo fosse, de fato, necessário. Meus fios foram levados para o lado direito da minha cabeça, o que tornava aquele penteado, até, formal demais, mas poderia, facilmente, ser considerado para uma ocasião casual, como era a situação proposta pela minha prima à James. Se aquela noite no teatro acabasse, de fato, em um restaurante requintado, aquilo seria facilmente aceito.
Meus ombros rapidamente arquearam ao notar o resultado final. Eu estava satisfeita com aquilo.
No momento seguinte, vi Irina colocar sua cabeça dentro do meu quarto. Ao longe, eu pude ver que ela aprovava o resultado, dando um sinal de “ok” a Alice.
— Posso cuidar da maquiagem? — minha irmã sugeriu.
Eu já estava vulnerável. Se eu, por algum acaso, não permitisse, me sentiria mal. Eu me conhecia; ficaria com a consciência pesada.
Deixei-me continuar da maneira em que estava. Fazia tempos que não me arrumava para sair com um homem e isso soou diferente para mim, repentinamente. Era como se aquela Tanya que Alice e Irina desenhavam não fosse eu. Estava tão acostumada com os padrões e o dia-a-dia do meu trabalho que imaginar-me saindo apenas para me divertir soava um pouco estranho demais; mas a isso adicionava-se o fato de eu sair com um dos caras mais concorridos de Manhattan. Já até imaginava o que os tabloides me diriam pela manhã, por mais que eu já estivesse acostumada com eles.
Não me reconheci após a maquiagem feita por Irina. Fazia tanto tempo assim que eu não me via daquele jeito que, de fato, parecia que outra mulher surgira e tomara o meu lugar. Eu me senti diferente, cheia de uma confiança diferente daquela que eu costumava ter quando ia defender algum cliente nos Tribunais; eu me senti bem comigo mesma pela primeira vez depois daquele incidente.
Talvez todos estivessem definitivamente certos: os fantasmas do passado deveriam ficar no passado e seja lá qual fosse a intenção de James Gigandet em me convidar para sair, eu aceitaria de bom grado.
Respirei profundamente antes de, enfim, prestar atenção nos elogios de Alice e Irina.
— … obra prima — disse Alice, me fazendo crer que ela tivesse dito que o penteado que fizera em umim era uma verdadeira obra prima, o obra prima dela.
— A maquiagem está impecável — Irina rebateu. — Se não fosse por isso, certamente o seu penteado não valeria nada.
Eu estava certa. Elas discutiam por uma coisa tão incabível que eu sequer conseguia acreditar, mas ambas estavam incrivelmente certas: Irina fizera um ótimo trabalho – a sombra amarronzada em meus olhos realçavam a cor das minhas íris incrivelmente azuis e o batom levemente claro dava ainda mais destaque àquela parte de meu rosto. Mas a peça principal de tudo era o vestido que esperava-me sobre a cama, cada vez mais convidativo.
— Meninas, o trabalho de vocês foi ótimo — eu disse, tentando elogiar a ambas. — Eu estou me sentindo outra pessoa, literalmente.
Não estava mentindo e as duas foram capazes de ver isso em mim, em meus olhos que estavam iluminados, mas, ao mesmo tempo, elas viram que aquela minha recepção acontecera para evitar uma possível briga entre as duas. Minhas palavras, ao mesmo tempo, significavam uma sensação estranha; eu queria ficar um pouco sozinha, não apenas para me vestir, mas também para tomar um choque de confiança; era o mínimo que eu devia a mim mesma.
Elas entenderam. Alice bateu levemente no antebraço de Irina com sua mão direita e ambas saíram daquele cômodo, me deixando inteiramente sozinha.
Naquele momento seguinte, fui até meu closet e peguei uma das minhas compras recentes. Uma das sacolas da Victoria’s Secret passearam nos meus dedos finos, como se estivessem totalmente sem paciência para serem utilizadas. E eu sabia muito bem as peças que ali estavam e suspirei profundamente, argumentando se James valeria tanto a pena.
Uma cinta liga caiu em minhas mãos tão logo abri a embalagem e, em seguida, o conjunto calcinha e sutiã fizeram o mesmo caminho. As três peças eram brancas com detalhes pretos. Fora uma escolha de Irina, já que a muito tempo eu deixara de ter uma vida sexualmente ativa. Já não tinha mais noção sobre baby-dolls ou camisolas, mas contar com a opinião dela era ótimo para mim, principalmente em ocasiões como aquela.
Vesti aquelas peças com rapidez e fechei o closet, em busca do vestido sobre o meu colchão. Eu o vesti também, calçando os sapatos pouco em seguida. Eu era outra pessoa quando tornei a me observar no espelho da penteadeira. O vestido me caíra bem e eu estava mais alta do que estava acostumada a estar.
A confiança brotou em mim de uma forma que eu jamais senti antes.
Fiquei feliz por tal reação e sai do quarto carregando a minha carteira preta e de mão.
— Já era sem tempo — Alice disse, observando-me andar em direção à sala de estar. — Ele está subindo. Tudo o que eu tenho a desejar a vocês é boa sorte e não se comporte.
— Alice! — eu disse, sentindo-me ruborizar.
O meu comportamento dependeria única e exclusivamente do comportamento de James e eu sabia que ele não seria nenhum pouco puritano. Ele jamais era e não seria, jamais, comigo. Eu conhecia bem a peça…
Quando a campainha tocou, eu senti vontade de eu mesma abrir aquela porta e evitar que ele observasse as minhas fadas-madrinhas. Logicamente, eu tinha que dar algum crédito a elas, mas eu me sentia envergonhada sobre isso. Mas Senna foi ainda mais rápida que eu, que mal consegui me mover, e atendeu a porta, como sempre fazia, escancarando a mesma.
Vê-lo de novo, repentinamente, me fez bem. Eu me senti segura; me senti bem.
— Tanya — ele começou, impressionado; ele não precisava dizer mais nada – seu olhar já dizia tudo – e, então, ele sorriu.
Ele estava perfeito. Ou o mais próximo disso possível. E seu perfume, mesmo ao longe, era maravilhoso. A calça jeans – coisa que eu jamais imaginei que ele seria capaz de usar – estava excelente em conjunto com os mocassins, a camisa branca e o blazer. Mesmo ao longe, eu conseguia perceber o quão musculoso ele parecia, passando, naquele momento, uma imagem mais fiel a si que aquela passada nos Tribunais.
Fiquei surpresa por ele lembrar exatamente o prédio em que eu morava. Há muito tempo ele não aparecia ali, sendo que só me levara até a portaria em um momento após um jantar entre amigos em comum. E nós nunca nos consideramos dessa forma porque a conveniência nos deixava afastados um do outro. Objetivamente, aquilo era bom até o momento em que Alice resolveu nos aproximar.
— Vamos? — ele disse, oferecendo-me o braço para seguirmos até o elevador.
Senti uma espécie de choque percorrer a minha espinha quando nos unimos. James era a espécie de homem que carregava consigo aquilo que se nomeava como sex appeal e, provavelmente, era aquilo que atraia as mulheres a sair consigo; além do mais, ele tinha dinheiro e era uma pessoa pública, o que tornava tudo muito atrativo, mas não para mim.
James era diferente de Edward em muitas coisas, a começar pela linha de raciocínio e pelo porte físico. James parecia bem liberal em relação a diversas coisas, enquanto Edward permanecia com sua mentalidade romântica; James possuía um porte físico de causar inveja, ainda que ficasse horas e horas destinando-se ao trabalho e as baladas da vida, enquanto Edward parecia um sujeito quase puritano e era um grande admirador de seus livros, mas quando podia – e quando os plantões médicos não lhe exigiam –, era possível vê-lo praticando natação ou, até mesmo, rúgbi; o primeiro raramente praticava esportes, tal qual o segundo, mas conseguia manter seu porte físico com mais excelência que este.
— Você está linda — ele comentou, quando paramos para pedir o elevador naquele andar novamente. — Não está nada parecida com a Tanya que eu conheço.
Talvez porque a Tanya que vê realmente não seja aquela que você conhece, eu pensei.
Ao invés disso, eu respondi:
— Obrigada.
Ele sorriu em resposta, sendo que aquele foi o momento certo em que o elevador parou no andar do meu apartamento.
Em outros momentos, eu optaria por descer as escadarias, mas naquele, acompanhada, eu dificilmente teria aquela opção como minha aliada. Além do mais, os saltos altos não eram meus amigos com muita frequência e quando optavam por sê-los, era melhor não exigir muito deles.
— Você tem algum plano a vista? — perguntei porque tinha certeza que ele não cumpriria com o acordado.
— Exatamente aquilo que foi combinado com a Alice — ele disse, colocando despreocupadamente as mãos no bolso quando nos soltamos e entramos no elevador. — Não é porque eu sou uma pessoa no Tribunal e levo a minha vida de uma forma desregrada a maior parte do tempo que eu vou deixar de cumprir com a minha palavra.
— E… — eu ia gaguejar.
— Tudo bem, Tanya — ele completou. — Exceto se você quiser mudar meu ponto de vista, eu continuarei com os planos já acordados.
Havia uma faísca nos olhos de James, o que me indicou que ele queria ir muito além que aquilo, que ir assistir a uma peça de teatro e, depois, a um jantar. Entretanto, eu não sabia se conseguiria ir muito além, apesar de repetir mentalmente que sim.
Com aquilo, senti o choque passear por meu corpo. As propostas de James pareciam um pouco tentadoras demais para a minha mente, mas fazia certo tempo que um homem não me tocava por peso do meu passado. Eu estava amedrontada, mas essa era uma coisa que James não precisava saber.
Aquilo não estragaria a minha confiança. Eu só estava especulando uma coisa que com alguma probabilidade mínima poderia acontecer, se eu tivesse algum pouco de sorte.
Eu não entendia muita coisa de carros, para ser, ao meu máximo, sincera; comprara o meu Touareg após Edward indicar-me como um bom carro e meu pai falar que o mesmo era um carro seguro e leve para se dirigir, por maior que o mesmo fosse. Assim que vi o carro de James, eu não reconheci o modelo do mesmo, mas o desenho de sua marca era identificável ao longe – um sedã da Jaguar.
O jovem concierge de meu prédio sorriu-nos quando James e eu passamos pelo hall do prédio, como se previsse que seu serviço, em poucos segundos, seria solicitado. Ele era muito jovem naquele condomínio e parecia conhecer pouco das regras do prédio e personalidades dos moradores que ali viviam; eu mesma mal o tinha cumprimentado na noite anterior. Mas o motorista do Promotor fora mais rápido ao sair daquele carro prata e dar a volta no veículo, abrindo a porta traseira do mesmo para que nós pudéssemos entrar. Ele parecia rígido como uma pedra, de tão sisudo que era, chegando a me passar certo medo, mas adentrei aquele carro, pouco antes de James, aceitando aquilo como se fosse a melhor opção a ser tomada. Instantes depois, o motorista estava de volta ao seu lugar e nós estávamos passando rapidamente por todos os prédios de Manhattan.
Suspirei profundamente.
Naquele momento, eu senti como se James Gigandet era, apenas, uma máscara bem feita ali nos Tribunais. Eu pouco conhecia de sua personalidade fora daquilo tudo – sendo que acompanhava com maior vigor pelos noticiários quando os mesmos relatavam alguma coisa que estava ligada a sua vida pessoal – ainda que eu tivesse vivenciado alguns momentos com ele, mas nunca nada aconteceu entre nós além de um jantar casual entre amigos, no qual ele me trouxe de volta para casa. A conversa seca, naquela ocasião, que só avaliava o nosso trabalho; dessa vez, eu não tinha assunto nenhum.
Mas, logicamente, ele deveria ter assunto de sobra, principalmente conversinhas baratas.
— Você admira musicais?
Fui obrigada a erguer meu olhar de meu colo apenas para observá-lo. Poucos sabiam de minha preferência sobre musicais – e como conhecedores desse fato estavam sobre meu pai e minha mãe – e, com isso, eu optei por achar que aquilo era, basicamente, um chute. E fiquei feliz por alguém me perguntar sobre isso.
— Sim. Estou, há certo tempo, querendo ver Evita, mas eu não consigo parar de trabalhar — eu confessei rigidamente, sentindo que estava um pouco ruborizada, ainda que dissesse a verdade; poucos também conheciam o meu prazer em conhecer um pouco mais sobre a cultura argentina. — Eu não consigo casar meus momentos de lazer com o trabalho.
— Não seja por isso — ele sorriu, pegando a minha mão direita, que repousava entre nós, sobre o banco, e acariciou, o que me deixou complexa e me fez segurar um suspiro; aquele sorriso límpido demonstrava confiança em excesso, como se tudo o que ele fazia fosse a coisa mais certa a se fazer. — Laurent, mude o trajeto. Vá para a Broadway.
O homem negro assentiu rapidamente. Por um breve instante, percebi, de relance, que a ideia de James era nos levar ao Radio City Music Hall, mas que sua tentativa de me agradar nos levava rapidamente a Broadway. Naquele mesmo momento, ele sacou o celular do bolso de sua calça e em poucos segundos o telefone fora levado aos seus ouvidos, no qual começou a falar coisas rápidas e desconexas com uma mulher do outro lado da linha – que parecia exaltada e exaurida.
Quando ele desligou, o impossível parecia ter sido feito; o sorriso brotou em sua face – algo que eu jamais imaginaria ver se estivéssemos exercendo algum trabalho no nosso ramo profissional no momento – e proferiu um simples:
— Resolvido. Iremos à Broadway e jantaremos no Petrossian.
Não importava o quão rica minha família era, a família de James parecia arrecadar, anualmente cinco vezes mais que o dinheiro acumulado pelos negócios de meus pais. Aquilo trazia poder para James e isso só o tornava arriscado demais para se investir. Pelo tom de voz que eu o ouvi falar, senti-o perigoso também.
Eu não arriscaria gastar meu dinheiro no Petrossian por mais que eu tivesse condições monetárias para entrar naquele lugar. Tudo ali girava em torno do dinheiro e do caviar. E era exatamente por isso que eu não gostava de ir aquele lugar; sentia-me melhor se visitasse bistrôs.
Paramos a pouquíssimos metros da Broadway. A fila de entrada estava grande por ser o começo do final de semana. Estava estampado na cara de todos que eles preferiam ir aquele lugar em uma plena sexta-feira para não ter que atrapalhar o andamento do seu sábado ou domingo; e estava claro, mas apenas na cara de alguns, que aquele lugar era entediante e que só estavam ali para acompanhar suas esposas ou um grupo de amigos.
Eu admirava aquele lugar!
Fiquei embasbacada ao ver o tamanho do poder de James e sua família. Nós, tal qual aquilo fosse uma balada de propriedade dos Gigandet, conseguimos adentrar aquele lugar sem precisar pegar fila. Eu achava injusto com as pessoas que estavam esperando ali por longos minutos, mas, provavelmente, ele tinha contato naquele ambiente, o que só me deixou estarrecida.
E só de pensar, eu senti o choque estremecer minha espinha. Mas de uma coisa eu sabia: eu aproveitaria aquilo que James estava me proporcionando até o último momento. Aquela poderia ser a primeira – e a última – vez que uma coisa desse gênero me acontecia.
Enquanto nos dirigíamos a sala que passaria o musical, senti o braço direito de James passar por minhas costas e, em seguida, a sua mão aberta apertar a minha cintura levemente. Fiquei com certa resignação quando tal coisa aconteceu e até pensei em retrucar, mas pensei melhor e deixei passar, mesmo porque James parecia sério demais em relação aquela situação.
Me deixei relaxar.
Aquela noite tinha tudo para dar certo. Aquela noite tinha tudo para amansar o meu ódio.
Depois de anos.
E eu faria de tudo para não estragar a minha noite.
— Está tudo bem, Tanya? — ele perguntou, erguendo levemente a sua testa e fazendo-a ganhar certas marcas de expressão quando nos sentamos na parte superior daquela sala, em um dos melhores lugares. A sala estava basicamente cheia, exceto por alguns poucos lugares vazios.
— Está — respondi, tentando fazer minha voz não parecer trôpega, mas foi impossível.
Quando nos sentamos, lado a lado, ele continuou, se aproximando de minha orelha direita e falou:
— Só farei com você aquilo que estiver dentro das suas pretensões.
Senti-me ruborizar quando as luzes esmaeceram. A vergonha me tomou, mas eu faria de tudo para James não perceber aquele minha situação.
Meu coração bateu mais rápido quando as personagens da trama adentraram o palco. Ver a atuação de Elena Roger como Evita foi uma emoção para mim, principalmente por ela ter retirado aquela visão estranha deixada anteriormente pela Rainha do Pop, e ver o Rick Martin no papel do Che me deixou suspirando; foi um papel merecido à ele. E do jeito que estava em êxtase com o musical, sairia cantando e dançando “Buenos Aires” e “Don’t Cry For Me Argentina” – eu estava exagerando, era fato.
Quando olhei para James ligeiramente, percebi que ele não estivera prestando atenção no espetáculo um só momento. Seus olhos estavam fixados em mim, em minhas pernas parcialmente descobertas, e vez por outra para o meu rosto, que deveria demonstrar alguma coisa parecendo com encanto.
— Vamos sair daqui — ele falou em minha orelha, claramente sedutor.
Eu sorri no escuro, mas eu tinha certeza que ele captou algum outro sinal semelhante que saíra de mim naquele momento.
Rapidamente ele pegou minha mão direita e junto saímos dali, ainda que eu me sentisse totalmente ruborizada. Eu senti meu corpo corresponder a James e sua demonstração de afeto – por mais falso que aquilo fosse – quando saímos dali. Ele parou quando já estávamos do lado externo daquele anfiteatro enorme, antes de chegarmos a saída e me sorriu antes de falar:
— Eu preciso de você, Tanya, agora.
Após sua fala, ele ergueu meu queixo ligeiramente, ainda que eu conseguisse vê-lo perfeitamente, e me deu um beijo profundo, logo após de me dar um beijo nominal. Aquilo me deixou quente e um pouco nervosa, mas fui capaz de, prontamente, corresponde-lo.
Havia um ritmo ali e aquele clima proporcionado por ele era totalmente diferente daquele que eu sentira quando beijei outros homens. Era simplesmente diferente.
O hálito de menta que saía da boca dele casava perfeitamente com o aroma de frutas vermelhas que saia da minha; mas não só por isso – seus lábios se encaixavam perfeitamente nos meus. Aquilo me causava estranheza e eu achava diferente, ao mesmo tempo. Até a sintonia entre nós era complexa.
Quando desatamos aquele beijo, ele segurou minha mão esquerda entre os dedos indicador e médio da sua mão direita, olhando fixamente antes de me perguntar:
— Para onde quer ir?
— Me leve para onde você quer me levar — eu respondi, sentindo que minhas palavras eram carregadas de duplo sentido.
O sorriso dele, belo e muito branco, apareceu rapidamente e dessa vez nós saímos rapidamente daquele lugar, apenas um pouco depois de ele avisar seu motorista que ele deveria estar ali em pouquíssimos minutos. Em momento algum, James soltou a minha mão e eu achei aquele ato um pouco estranho partindo dele. Era daquela forma que ele tratava todas as mulheres que conquistava e, depois, dormia? Se fosse dessa forma realmente, estava explicado o por que ele, com facilidade, era retratado como destruidor de corações.
Quando adentramos seu carro, ele tomou-me em seu colo e deu-me outro beijo abrasador, estendendo aquela sensação maravilhosa para o meu pescoço e a parte descoberta de minha clavícula, o que me fez sentir uma sensação diferente percorrer a minha espinha.
— Você gosta disso, não é? — ele disse, sorrindo de um modo bem cafajeste.
Ai, meu pai, eu pensei naquele momento.
Repentinamente, eu não me importei com o motorista a nossa frente. O que me importava realmente eram os carinhos feitos por James no lado interno de minha coxa direita e o quanto aquilo me deixava afoita se somado com os beijos que ele me dava e que, consequentemente, tiravam o meu fôlego.
Naquele momento, eu soube: os planos de irmos ao Petrossian foram totalmente para os ares.
Quando notei, nós estávamos pertíssimo da Quinta Avenida. Eu sempre soube que o apartamento de James ficava naquela região e todos os nossos amigos em comum comentavam-me que o seu apartamento dava uma visão privilegiada do Empire State Building por estar em um prédio que ficava muito perto dali. Só não sabia o quão perto era.
Suspirei profundamente antes de aceitar a mão dele para sair daquele carro, já quando estávamos no estacionamento daquele condomínio, que ficava no subsolo.
Estava certa: aquele momento era o meu momento de dizer sim ou não. E eu aceitei a mão solidária de James. Eu estava pronta para dizer sim novamente e esquecer todas as porcarias que aconteceram em meu passado.


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