Mia entrou na sua classe. Sua primeira aula era de física. Tinha entrado antes da maioria que se encontrava reunida do lado de fora enquanto o professor não chegava, então havia dezenas de lugares para ela sentar.

A sala era espaçosa e toda meio ovalar. O ar condicionado lá dentro era bem forte que ela quase chegou a sentir frio ao entrar.

As carteiras eram duplas, tendo uma cadeira ao lado da outra e as mesas eram uma só para os dois, mas era bem grande. Tinha integrada a ela uma tela fina de computador, espichada horizontalmente que ficava inclinada na mesa, facilitando a visão. Assim essa mesa única juntava dois em dois alunos.

Por mais que fosse uma única tela e um único computador isso não impedia que cada aluno da dupla pudesse mexer individualmente em suas coisas e simultaneamente à pessoa ao lado.

A garota estava muito empolgada com aquele lugar, nem podia acreditar que estava indo estudar ali. Sentou-se em uma carteira no meio, porém lá no fundo. Para sua felicidade – enquanto estava tirando seu estojo e caderno da mochila não havia percebido –, mas logo que olhou para cima viu Pedro junto com um amigo se sentando na carteira do seu lado direito.

Pedro sorriu largamente e acenou para ela.

A aula não demorou a começar.

Era diferente essa forma de ensinar comparado à sua outra escola. Primeiro que se apresentaram três professores e ela não entendeu o porquê de tudo isso.

Um deles inicialmente só apareceu e falou por uma projeção na tela do computador.

Quanto aos dois professores que estavam na frente, um era bem jovem, parecia ter por volta de trinta anos e falava muito empolgado, o outro era uma mulher. Na verdade, eles até pareciam um casal de cientistas em seus jalecos brancos, combinavam bem.

Gastaram um tempo recrutando alguns alunos para o clube de física, divulgando as atividades e dizendo como eles pretendiam integrar as aulas com as atividades do grupo.

Falaram também que começariam as aulas de física do primeiro bimestre com a construção de um circuito elétrico movido à energia solar para um aeromodelo.

Todos ouviam muito interessados, os professores contavam como iriam se focar em ensinar potencial elétrico e eletrodinâmica, e aplicar esses conhecimentos na construção dos aeromodelos automatizados. Diziam também que cada aluno teria que se juntar a um grupo do clube de física, porque como o pessoal do clube teria mais tempo em contato com a matéria, estaria encarregado de finalizar os projetos.

Porém todos tinham que saber todo o processo e como funcionavam os aviões para apresentação no final do bimestre. Que seria quando eles disseram que iriam vendê-los em um leilão na internet.

– Eu compro, professor! – Um aluno gritou querendo aparecer. – Todos!

Por mais que os temas fossem parecidos, por ser aula de física e ela já ter aprendido sobre corrente elétrica, diferença de potencial, resistência e diversos outros conceitos de eletrônica. Ela nunca tinha montado nada prático. Parecia tudo ser muito interessante que ela nem percebeu o tempo passar ou o fato de que ninguém se sentou ao seu lado. Não que notar isso pudesse deixa-la triste, até porque estava meio vazia a sala.

Quanto ao professor na tela, disseram que ele ficaria ali durante todas as aulas, traria novidades que fossem encontradas na internet sobre a matéria. Qualquer tipo de novas descobertas, invenções, o que está sendo estudado ultimamente, o que intriga os cientistas sobre o assunto, prêmios e projetos de ciências de outros alunos ao redor do mundo.

Assuntos interessantes sobre a matéria, ele lançaria na tela, para despertar o interesse em aprender e pesquisar sobre o tema.

Tudo parecia muito bom e eles começaram passando um vídeo sobre como começou o estudo da eletricidade. Às vezes eles pausavam o vídeo e comentavam alguma coisa, pois às vezes alguns alunos perguntavam das representações que mostravam no vídeo, que eram de experimentos feitos no clube de física, réplicas dos experimentos que foram feitos antigamente onde se observava fenômenos luminescentes e de mudança de condutividade, até se conseguir o desenvolvimento da lâmpada incandescente em 1879 por Thomas Edison, há muito tempo atrás.

No vídeo contava de várias das invenções de Edison e dizia que ele chegou a registrar mais de duas mil patentes em vida. Sem dúvida Mia saiu de lá muito fã desse cara!