David andava pelos corredores escuros do primeiro subsolo, olhando por cada uma das portas dos laboratórios, qual poderia ser o do clube que ele tinha se inscrito.
– Cara, é sinistro esse andar dos laboratórios de exatas, né? A gente podia perguntar por aí, deve ter diversas histórias do fantasma das seis horas... – Lucardi dizia brincando, mas parecia mesmo assustado andando por aqueles corredores.
David havia conseguido convencê-lo a ir com ele até o clube de matemática, que ele iria participar além do clube de jogos.
– Fantasmas das seis horas? Que negócio é esse?
– É o fantasma que assombra o instituto depois que todo mundo vai embora dos clubes no fim da tarde.
– Ah, faz sentido. Ele vem para cá depois do chá das cinco...
– Pode ir zuando, mas é verdade. Um dia vai acontecer algo inexplicável no laboratório que você estiver e você vai acreditar em mim.
Eles passaram em frente ao laboratório de estudos de cristais de sais. Havia várias pessoas de jaleco branco e óculos olhando em microscópios quando eles apareceram na porta para perguntar sobre o lab de matemática.
Nesse momento duas garotas entraram correndo, vinham pelo corredor provavelmente atrasadas com os jalecos voando. Pararam na porta para descançar e terminar de fechar os botões.
Elas olharam para os garotos e Jane perguntou se eles eram alunos novos. Daniella fuzilou o japonês com os olhos.
– Não, nós só queremos saber onde é o laboratório de matemática. – David respondeu rapidamente ficando com medo da garota com um alto rabo de cavalo e óculos tampando seus olhos incisivos.
– Ah bom. – Dani finalmente falou tirando parte de seu olhar pesado. – Não estou precisando de concorrência aqui, entendeu, senhor oriental?
Ela disse já preocupada com sua nota e sua classificação como primeiro lugar em todas as suas aulas.
– Não vai me dizer que você é do terceiro? – Perguntou Dani começando a ficar bem neurótica quando percebeu que ele era aluno novo e provavelmente do seu ano.
Jane então interferiu, puxando-a para dentro do laboratório dizendo:
– Não surte agora... Ignorem ela... Está assim porque acabou de passar por um trauma, mas ela vai ficar bem. Só está preocupada com suas notas, mas ela é até bem normal, sabe... – Jane ia entrando no laboratório empurrando a amiga quando se lembrou da pergunta dos garotos. – AH! – Gritou. – O laboratório de matemática! É no andar de baixo.
Então fecharam a porta e os meninos foram para o próximo andar procurar, enquanto Lucardi confirmava sua tese:
– Está vendo? Mexendo com essas coisas... Só tem doido! Fica tudo pirado...