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  Alone in the Dark e A Ilha das Sombras - Capítulo 19 - O Confronto Final [+16]

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MensagemAutor
15072013
Mensagem Alone in the Dark e A Ilha das Sombras - Capítulo 19 - O Confronto Final [+16]

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Tema do Game:
Alone in the Dark

Gêneros:
Ação, Aventura, Fantasia, Mistério, Suspense, Terror,

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Carnby sentia todo o seu corpo doer. Por um instante achou que havia quebrado algum osso, mas logo viu que não. Para a sua sorte, ele havia rolado por uma rampa na qual amorteceu sua queda, que seria fatal.
Um corte em sua testa desenhou uma risca de sangue em seu rosto, e havia várias escoriações em seu corpo. O revólver não estava mais em sua cintura, havia caído em algum lugar, assim como sua lanterna.
Visivelmente cansado e ferido, pôs-se de joelhos, respirou fundo e se levantou com dificuldade. Mas a dor novamente lhe atacara, desta vez no rosto. Allan lhe desferiu um soco inumano, seguido de um grito de raiva.
Carnby rodopiou cambaleante e novamente caiu.
– É tudo culpa sua! – gritou Allan, alucinadamente. Estava tão cego de ódio, que seus olhos estavam rubros e saliva escorria pelo canto da boca.
Carnby tentou se recuperar. Ajoelhou-se mais uma vez, mas não teve forças para se levantar, em vez disso ficou de quatro, se contorcendo de dor.
– Se tem alguém que é culpado, é você, Allan – divagou o detetive. – Você queria tudo e agora não tem nada: sem família, sem amigos e sem amor. Até as criaturas das trevas o abandonaram.
Aquelas palavras acenderam ainda mais a ira de Allan, que correu e, com toda a força que lhe sobrava, chutou a barriga do detetive, fazendo-o se elevar a alguns centímetros do chão e rolar adiante.
Carnby cuspiu sangue e sua visão ficou turva. Viu Allan se aproximar para finalizar seu intento maldoso.
– Você vai morrer agora, detetive.
Allan avançou, e o detetive viu, através de sua visão embaçada, o atacante hesitar. Parou e olhou para alguma coisa que estava atrás de Carnby, e seu rosto logo se transmutou para espanto.
Com muita dificuldade, o detetive se virou e viu uma criatura, a mesma que havia cruzado com Aline, Felipe e ele no andar superior. Logo que ela saiu das sombras, o detetive também se espantou ao ver seu rosto. Metade de sua face era monstruosa, cujas feições estavam em carne viva. Porém a outra metade era o rosto de Obed Morton.
Carnby estava certo de que agora morreria, não tinha forças para lutar ou até fugir da criatura. Mas, para a sua surpresa, o Obed monstruoso passou por ele, fazendo nada mais do que encarar Allan austeramente.
– Olhe para mim – ordenou o monstro a Allan. Parecia haver duas pessoas falando ao mesmo tempo: uma com a voz de Obed e outra com um gutural medonho. – Veja o que você fez com o seu irmão, seu próprio irmão.
– Obed... Eu... – gaguejou Allan, tão nervoso que seus lábios tremiam. – Eu não... Como você... Não era pra você ter consciência, nem sentimentos. Como isso aconteceu?
– Se esqueceu que eu fugi do seu laboratório antes que você injetasse todo o DNA das criaturas em meu corpo? O que você me injetou não foi o suficiente para me transformar por completo. Uma parte de mim ainda está imune, e esta parte quer vingança.
– Não pode ser! Escute, irmão, eu posso lhe curar, posso te transformar em humano de novo.
– Não! Você não merece mais viver. Você não transformou somente metade do meu corpo em monstro, minhas monstruosidades começaram quando concordei em te ajudar. Muitas pessoas inocentes morreram por causa de seus caprichos idiotas. Você precisa pagar por isso.
– Não faça isso, eu... – Allan percebeu que era perda de tempo tentar suplicar por sua vida. Então deu meia volta e correu, na tentativa de fugir.
Obed girou o braço direito e este se esticou como uma mangueira maleável. Suas garras envolveram todo o corpo de Allan, trazendo-o de volta para encará-lo novamente. Apertou as garras e Allan gritou tentando se livrar, mas seus braços também estavam presos junto ao corpo.
– Olhe para mim! Quero que você morra vendo sua criação.
Obed pressionou mais uma vez o corpo do irmão, mas desta vez com toda a sua força. Allan arregalou os olhos. Sua respiração falhou, sua boca se abriu, mas nenhum som saiu. Carnby conseguiu ouvir o som de ossos se quebrando, e então Allan morreu.
Obed largou o corpo delgado do irmão no chão e se lamentou: uma lágrima escorreu em sua face humana. Virou-se para o detetive e disse:
– Eu não queria fazer tudo isso, quero dizer, deixar tudo isso acontecer.
Em meio a todos aqueles acontecimentos, seria improvável acreditar naquelas palavras, ainda mais depois do que ele fez. Mas o detetive sempre acreditou que ações valem mais do que mil palavras. E aquilo o convenceu, sentiu que havia veracidade nas palavras de Obed.
– Bom, não posso dizer que tudo se consertou, mas acredito que se arrependeu.
Obed balançou a cabeça afirmativamente.
– Deixe-me ajudá-lo a se levantar.
Nesse momento, do outro lado da extremidade, Aline, Felipe e Edenshaw desciam por outra rampa. Quando avistaram a criatura de costas com as mãos em Carnby, eles correram para socorrer o amigo.
– Afaste-se dele, criatura imunda! – gritou Felipe, que assim como Aline, estava empunhando sua arma. – Não vou deixar você machucá-lo.
– Felipe, não! – alertou Carnby. – Está tudo bem, não é o que parece.
Aline e Felipe franziram o cenho, mas logo entenderam quando a criatura se virou para eles. Aline tapou a boca com a mão.
– É impressão minha ou esse bicho tem a metade do Obed Morton? – disse Felipe boquiaberto.
– Professor Morton? – disse Aline.
Carnby, que agora estava de pé, logo explicou.
– Esta foi mais uma experiência de Allan – o detetive apontou para o corpo esmagado de Allan no chão. E foi então que eles viram que ele estava morto.
– Uma experiência mal-sucedida – completou Obed com sua dupla voz, quase fazendo Felipe cair pra trás de susto. – Eu consegui fugir antes que Allan conseguisse terminar e acabei ficando assim.
– Sinto muito – disse Aline. – Então foi você que... – ela apontou para o corpo de Allan.
– Sim, eu o matei.
Edenshaw se aproximou e os advertiu.
– Temos que ir logo, não podemos mais perder tempo.
– Então vamos – disse Carnby.
Felipe ajudou o detetive e eles foram em direção a uma pequena caverna. Porém Aline percebeu que Obed não os acompanhou.
– Você não vem?
– Não, o mundo não precisa de alguém como eu.
– Mas nós podemos dar um jeito nisso, podemos tentar fazer algumas experiências para torná-lo normal de novo.
– Não, senhorita. O que eu quero dizer é que o mundo não precisa de um Morton. Esse nome precisa ser extinto da Terra. Vá em paz, eu ficarei aqui e morrerei com a ilha. Por favor, não insista.
Aline entristeceu-se, mesmo diante de todos aqueles acontecimentos. Ela sempre soube que havia uma parte boa dentro do professor, e estava certa.
– Está bem. Fico grata por nos ajudar agora.
– É o mínimo que eu posso fazer.
Aline acenou e se virou. Após alguns passos, Obed a chamou novamente.
– Espere. Eu sei o que fez a senhorita vir para cá. Lamb armou tudo isso. Enfim, boa sorte na busca pelo seu pai.
Aline logo compreendeu.
– Obrigada. Adeus...
Edenshaw e os Guerreiros da Luz rumaram para a pequena caverna.
* * *
Zarel e Hecatonchires encaravam-se austeramente. O Ceifador agora era tão poderoso quanto o rei dos deuses, e aquela seria a batalha derradeira: luz contra sombra – o embate final.
Os gigantes mantinham os olhos fixos e começaram, ao mesmo tempo, a circular um ao outro.
– Por que tudo isso, Zarel?
– Sempre as mesmas perguntas. Você ainda não entende minhas intenções. Porém, devo dizer que agora tem uma pitada de vingança: você me aprisionou nas trevas por cem mil anos!
– Eu não, suas ações fizeram isso – disse o rei com o olhar inerte no Ceifador. – Não compreendo, você era um príncipe poderoso, um dos mais poderosos. Por que queria tomar o meu lugar?
– Você é limitado, nobre rei. Você nos proíbe a estudar magia, a elevar nossos poderes. Mas Kain Effus foi um lugar que me acolheu e me ensinou muito.
– Kain Effus e seus habitantes são malignos, assim como a magia que utilizam. O aprendizado de sua magia tem um preço: a maldade. Aquele que possui a magia de Kain Effus se torna obscuro e sombrio, perde as emoções e os sentidos.
Zarel nada disse. Eles continuaram em círculo como leões prestes a exterminar um ao outro.
– Você não percebe o quanto se tornou sombrio? – continuou Hecatonchires. – Veja no que se tornou, no que praticou. Eu sei que você não é assim, Zarel, sei o quanto era bom. Mas a magia negra de Kain Effus te transformou.
– Não! Você se acha justo, mas não é! Zetalon sempre foi o seu favorito, o seu confidente. Tantas batalhas e missões eu me ofereci a realizar, mas você sempre escolhia a ele... Sempre ele!
– Então é essa a questão? – disse o rei enquanto via os olhos de Zarel cintilarem. – Você acha que me importava mais com ele? Eu me importava com todos vocês... Ainda me importo. Por que acha que eu não matei você e Lothiel quando tramaram o motim? Eu preferia ver vocês banidos do que... Mortos.
– E você acha que há vida no submundo? Como acha que me senti vivendo durante cem mil anos em um lugar atormentado?
– E o que você queria que eu fizesse depois daquele ultraje? Você sabia da gravidade daquele ato e tinha que aguentar as consequências.
– Basta! Estou cansado de seus sermões. Vamos resolver logo isso.
– Liberte-se desse ódio, Zarel, eu sei que você consegue... E volte pra casa.
Zarel não havia demonstrado reação até aquele momento. Hecatonchires percebeu que o Ceifador tinha se chocado com suas palavras, ou até mesmo se surpreendido. Seus olhos se perderam no cenário e um branco passou em sua mente, mas logo voltou a si.
– Não, você não vai me manipular! Chegou o seu fim, reizinho.
Zarel partiu para a batalha e, enquanto corria, a maça fulgente surgiu em sua mão, ainda mais poderosa e ardente. Hecatonchires não teve alternativa e também correu para o confronto, com seu poderoso cetro de ouro com ponta de safira brilhante.
Quando os dois estavam para se chocar, eles ergueram suas armas e investiram. A colisão pareceu uma explosão atômica. No chão uma cratera se abriu seguida de várias fendas por todo o solo, pilares foram destroçados e uma parte do teto desabou.
Os dois etéreos foram lançados longe em lugares opostos. Suas armas se despedaçaram e suas couraças foram reduzidas a pó, tamanho foi o poder do impacto.
Os dois se levantaram aturdidos e novamente se encararam.
– Como pode ver, meus poderes se igualaram aos seus, nobre rei.
– Mas a que preço? Você se rendeu a uma transformação nefasta.
Zarel rosnou de raiva.
– Essa transformação nefasta vai te esmagar.
Eles partiram novamente para o embate, agora desarmados.
* * *
Na Ilha das Sombras os seis príncipes ainda batalhavam arduamente contra as criaturas das trevas. Algumas delas eram extremamente fortes e davam muito trabalho, mas não conseguiam superar os etéreos de Elendor.
Zetalon, com seus raios fulminantes, eliminava várias criaturas de uma vez. Kalin invocava guerreiros de pedra para auxiliá-los na demanda. Hiranos atacava telepaticamente, as induzindo a se matarem. Zion as destroçava com paredes e colunas de fogo. Feny as atordoava com seus funis de vento e suas tempestades. Acariel as envolvia em cubos de água e logo após as arremessava longe.
Os príncipes lutavam em perfeita harmonia, combinando golpes e estratégias.
Mesmo acuadas, as criaturas das trevas lutavam incansavelmente, pois só assim poderiam tentar escapar e se libertar finalmente. Mas, poderiam elas resistir aos insuperáveis deuses da luz?
* * *
Hecatonchires e Zarel hesitaram por um instante, talvez para tentar estudar uma maneira melhor para o ataque. E então seus corpos se encontraram novamente em um fervoroso duelo.
Zarel atacava com uma perícia extraordinária, mas o rei dos deuses conseguia frustrar seus ataques. Eram tão rápidos que seus golpes deixavam rastros de movimento impressos no ar, os quais desapareciam momentos depois. O Ceifador tentou uma cotovelada por cima no mesmo instante em que girou o corpo. Mas Hecatonchires se esquivou com maestria, e com a mão esquerda arremessou o sombrio contra a parede.
Enquanto Zarel voava, Hecatonchires se adiantou e chegou antes que o corpo do inimigo se chocasse contra a parede e amplificou o golpe com sua mão, afundando-o ainda mais na rocha. Mas o sombrio desferiu um chute contra o peito do rei e o lançou contra um pilar que facilmente foi despedaçado.
O Ceifador aproveitou que Hecatonchires estava caído e alçou vôo para investir um golpe com suas garras afiadas. Mas o rei dos deuses era muito astuto e experiente em batalhas. Esperou o exato momento e se esquivou do ataque feroz do inimigo, restando nada mais para ele do que encravar suas garras no solo irregular. Com isso, Hecatonchires girou no ar e agarrou-lhe o pescoço, numa gravata. Mas Zarel era muito forte e alçou vôo acometendo as costas do rei contra o teto uma, duas, três vezes. E então o rei largou o seu pescoço.
Hecatonchires caiu aturdido e Zarel logo montou em seu corpo, imobilizando seus braços com os joelhos.
– Você perdeu, alteza, e vai morrer – disse o sombrio, erguendo as garras mirando-lhe o pescoço.
– Zarel... Não faça isso.
O sombrio se rendeu a uma risada seca.
– Ora, o rei dos deuses suplicando por sua vida? Isso é mesmo satisfatório. Mas receio que não vai adiantar – então preparou o golpe final.
Suas garras deslizaram pelo ar, mas parou a centímetros do pescoço do rei. Hecatonchires viu hesitação no rosto sombrio de Zarel que começava a transpirar, suas pupilas tremiam e seus dentes rangiam.
O Ceifador ouviu uma voz, que mais parecia uma cobra sibilando, ecoar em sua mente.
– Mate-o! Mate-o agora!
O rei dos deuses percebeu que Zarel estava relutando em sua decisão.
– Zarel, escute-me. Você não precisa fazer isso, eu posso te ajudar.
– Você não entende, é mais forte do que eu. Me controla por dentro.
Hecatonchires, então, percebeu o que estava acontecendo.
– Não. Você é um príncipe de Elendor, o etéreo divino das constelações de Yin. Deixe-me ajudá-lo. Olhe nos meus olhos.
O sombrio fixou seus olhos nos de Hecatonchires. As íris dos olhos do rei se acenderam em azul fluorescente e Zarel se achou em êxtase. Instantes depois soltou um urro desesperado e uma fumaça negra saiu de sua boca e se estacionou ao lado, formando uma figura sombria. Rapidamente o corpo de Zarel voltou ao seu estado normal: sem chifres, sem garras, assim como era quando príncipe.
A figura que se manifestou estava encapuzada, onde por baixo não se podia ver nada mais do que escuridão. Seguida do capuz, uma capa se estendia até os tornozelos. Segurava uma foice, lembrando muito a Morte.
– Quem é você? – espantou-se o rei, que estava se levantando.
Zarel, que estava se recuperando, revelou:
– Este é Effélion, o filho de um dos Três Magos de Kain Effus. Foi ele quem me instruiu na magia oculta. Ele queria se vingar de Elendor pela morte de seu pai.
– Sim – disse Effélion. – E você falhou e frustrou meus planos.
– Então era você que controlava Zarel nos intentos malignos – disse o rei. – Era você o tempo todo.
– E o meu plano seria perfeito se esse estúpido não hesitasse instantes atrás.
Hecatonchires olhou para Zarel. O sombrio se explicou.
– Eu só queria ser mais forte, o mais forte dos príncipes. Talvez assim você confiasse mais em mim do que em Zetalon.
O rei percebeu porque Zarel fizera tudo aquilo, seus sentimentos estavam feridos causados pelo ciúme. E foi aí que Effélion se aproveitou para pôr seu plano em prática e arquitetar sua vingança.
– E então eu permiti que Effélion preenchesse minha aura para aumentar meu poder – continuou Zarel. – Mas, a partir daí, eu não consegui mais controlar minhas ações. Estava completamente dominado. Perdoe-me, meu rei, eu jamais queria feri-lo.
– Não necessita me pedir perdão, você é como um irmão para mim, assim como todos os príncipes. Irmãos se desentendem, mas nunca se separam.
Zarel deixou um sorriso fluir em seu rosto.
– Que comovente – enojou-se Effélion. – Mas meus planos não vão ser frustrados, a minha vingança irá se cumprir.
– Hoje não, nem nunca! – exclamou Hecatonchires.
– É mesmo? Eu sou um mago de Kain Effus, e vocês estão desarmados.
– Você deveria ter aprendido algo quando entrou em minha aura – divagou Zarel. – Eu sou o Mestre das Armas, e isso significa que posso conjurar as armas de volta para quem eu quiser – ele estendeu a mão para o rei.
Hecatonchires logo compreendeu e segurou a mão de Zarel. E então suas armas surgiram em suas mãos: a maça para Zarel e o cetro para Hecatonchires, perfeitamente como eram antes.
Effélion tremeu e recuou, mas não pôde fugir da majestade dos dois etéreos. Então tentou uma investida. Lançou uma onda de energia negra com sua foice, mas os dois se esquivaram e, numa fração de segundo, Zarel se posicionou nas costa do inimigo e o golpeou com a maça, fazendo-o voar desnorteadamente pelo ar. Hecatonchires aproveitou a deixa e lançou uma luz magnífica com seu cetro e atingiu o peito do mago sombrio. Imediatamente o corpo de Effélion se desintegrou e se esfarelou como poeira ao vento.
Hecatonchires correu até Zarel e o abraçou.
– Eu sempre soube que você não era daquele jeito. Mas agora tudo está resolvido, volte conosco para Elendor.
A feição de Zarel se entristeceu.
– Não posso voltar para Elendor.
– O quê?
– Mesmo que não tenha sido eu quem fez tudo isso, de certo modo, tenho culpa. Eu não deveria ter procurado Effélion. Além disso, eu matei Lothiel. Os príncipes nunca vão me perdoar.
– Todos nós estamos propícios ao erro, até eu. Eu errei em achar que poderia confiar meus segredos somente a Zetalon. Todos os príncipes são dignos de minha confiança. Quis protegê-lo e acabei ferindo seus sentimentos.
Zarel sorriu hesitante, mas aliviado por alcançar o perdão do rei.
Eles subiram ao encontro dos príncipes que ainda batalhavam contra as criaturas.
Quando os príncipes avistaram Zarel, se espantaram e se admiraram ao mesmo tempo.
– O que ele faz aqui? – perguntou Zion.
Antes que Hecatonchires respondesse, Zarel tomou a frente e se ajoelhou perante os príncipes.
– Meus irmãos, peço perdão por toda dor que lhes causei. Em minha ignorância permiti que o mal se manifestasse em minha aura, me fazendo causar todas as atrocidades que vocês sabem muito bem. Mas agora estou aqui para que vocês decidam o meu destino. Aceitarei a punição de bom grado, seja qual for. Apenas peço que, se um dia ainda se lembrarem de mim, lembrem-se de quando eu ainda era príncipe e me perdoem.
Zetalon foi até Zarel e disse:
– Levante-se, meu irmão. Não precisaremos lembrar-nos do passado, e sim viver o presente. Sinto que seu arrependimento é verdadeiro. Esqueça o passado e lute conosco, como nos velhos tempos – ele ergueu a mão para Zarel, que se levantou e logo o abraçou, lágrimas escorriam em seu rosto.
Todos os príncipes deram as boas vindas a Zarel, e então, todos juntos, batalharam contra as criaturas remanescentes. Zarel, inspirado, derrotava centenas delas.
* * *
Edenshaw e os Guerreiros da Luz adentraram a caverna e logo avistaram um altar com sete pinos encravados um ao lado do outro.
– É aqui – disse Edenshaw –, aqui que devemos realizar o Ritual. Temos que encaixar as sete estatuetas nos sete pinos.
– Bom, e o que estamos esperando? – disse Aline, desamarrando as cordas que prendiam as estatuetas.
Todos ajudaram a encaixar os pinos nos seus devidos lugares.
– Muito bem – disse Edenshaw. – Agora vão.
– O quê? – disse Aline. – Mas e o senhor?
– Eu vou ficar e terminar o Ritual. Minha vida já está no fim e preciso terminar como um Abkanis: cumprindo o meu dever.
– Não! – disse Aline, deixando escapar lágrimas dos olhos. Correu e abraçou o xamã.
– Não chore, minha jovem. É pra ser assim, deixe-me cumprir o meu destino.
Aline fez que sim com a cabeça, lentamente.
Carnby também o abraçou.
– Obrigado por tudo – disse o detetive.
– Eu que agradeço a ajuda de vocês.
Em seguida foi a vez de Felipe.
– Hã... Eu não sou muito bom com despedidas. Então, obrigado, senhor xamã – ele prestou continência como um soldado. Em seguida o abraçou.
– Cuide-se, meu amigo. Você é um excelente historiador, então, eu queria que você ficasse com isso – ele puxou um livro do bolso e o entregou. – Eu sei que todos irão lhe indagar acerca de nosso povo. Nesse livro você encontrará a história dos Abkanis. Mas eu te peço, não revele sobre nossos poderes e nossos segredos. Muitos ambiciosos tentarão se aproveitar disso.
– Confie em mim, eu não falarei nada.
– Eu confio em vocês. Agora vão, sigam por aquela passagem e logo estarão na ilha.
Eles se despediram e rumaram para a saída.
Edenshaw deu início ao Ritual, conjurando sua magia. E então toda a ilha começou a tremer intensamente.
* * *
A batalha continuava árdua na ilha. As criaturas, que tentavam fugir a todo o custo, jaziam aos montes. Então a ilha começou a tremer e Hecatonchires deu a ordem:
– Vamos, nosso trabalho aqui acabou.
– Mas ainda há muitas criaturas – disse Feny.
– Elas já estão condenadas – disse o rei.
E então todos subiram para Elendor, inclusive Zarel.
* * *
Carnby, Aline e Felipe seguiram pelo único caminho que havia até alcançarem a ilha. Logo avistaram um helicóptero pousando no litoral. Correram o máximo que puderam, tentando não cair com o tremor que se seguia na ilha.
Quando enfim alcançaram o helicóptero, eles logo subiram e se acomodaram nos assentos.
– Então você veio mesmo – disse Carnby a Johnson.
Aline deu um tapa no rosto de Johnson, deixando a marca de seus dedos.
– Isso é por ter nos enganado, sobretudo a mim, com aquela foto.
Felipe arqueou as sobrancelhas.
– Eu sinto muito, mesmo – foi tudo o que Johnson conseguiu dizer.
Enquanto sobrevoavam, eles contemplaram a ilha ser completamente destruída. Ela afundava como se estivesse sobre uma areia movediça. Segundos depois toda ela estava submersa. E assim a Ilha das Sombras desapareceu do planeta.
– Nossa! – Felipe quase perdeu o fôlego. – Nós conseguimos mesmo, não é?
– E quanto a Lamb? – indagou Carnby a Johnson.
– Eu não sei muito, mas creio que ele conseguiu as traduções das tábuas Abkanis.
– O quê? – disse Felipe. – Como?
– Ele ameaçou, ou melhor, chantageou Obed Morton para lhe entregar as traduções.
– Mas para que ele quer as traduções se a ilha foi destruída? – Carnby apontou para baixo.
– Bom, parece que a Ilha das Sombras não era o único lugar no qual havia um Portal.
– Está querendo dizer que há mais lugares como este? – exclamou Aline.
– Receio que sim, poucos, mas há. Muitos deles foram destruídos ao longo da História. Dizem que Atlântida era um desses lugares, e então...
– Então Atlântida afundou – completou Felipe.
– Exatamente, assim como esta ilha.
– Temos que achar logo Lamb e prendê-lo – disse Carnby.
– Não é simples assim – disse Johnson. – Ele é muito influente, é como se não existisse. Ele só é achado quando quer, ninguém sabe onde ele fica ou mora.
– Se depender de mim, irei até o submundo para achá-lo – revelou o detetive.
Finalmente eles chegaram ao heliporto de Massachusetts, no momento em que o primeiro raio solar do dia enchia o ambiente. Havia três carros pretos estacionados próximos a eles.
– Bom, e agora? – disse Carnby.
– Esses carros os levarão para suas casas – Johnson apontou para Carnby e Aline. – Enquanto a você, Felipe, será levado a um aeroporto para poder pegar um vôo para o Brasil. Aqui está a passagem.
– Primeira classe? Uáu!
– Você merece – elogiou Johnson. – Bom, vou deixar vocês a sós. Quando estiverem prontos sigam para os carros. Adeus.
Quando Johnson se distanciou, Carnby disse:
– Então é aqui que nos separamos, mais uma vez.
– Espero que um dia vocês possam ir me visitar lá no Rio de Janeiro – convidou Felipe. – Tenho certeza que vocês vão gostar de lá.
– Seria maravilhoso – disse Aline.
– É uma boa idéia – disse Carnby. – Quem sabe eu não te vença numa partida de xadrez.
– Acho uma possibilidade remota, mas eu adoraria jogar com você.
E então Felipe deu um abraço demorado em cada um e seguiu para um dos carros, que logo deu partida e seguiu seu rumo.
Carnby e Aline se entreolharam na melancolia de uma despedida.
– Devo dizer que foi uma honra combater as criaturas das trevas ao seu lado, Srta Cedrac – o detetive fez uma reverência.
– A honra foi minha, Sr. Carnby – devolveu a reverência.
– Já que passamos por uma aventura um tanto quanto assustadora, e arriscamos nossas vidas em várias situações, eu me sinto à vontade de lhe convidar para jantarmos algum dia desses.
– Será um prazer.
– Então está combinado – disse o detetive. – Não se atrase, ou abrirei uma investigação.
Eles se abraçaram e seguiram para os carros.
E assim a jornada dos Guerreiros da Luz havia sido cumprida. Carnby, Aline e Felipe seguiram para as suas casas, satisfeitos por terem feito a coisa certa.
Epílogo
Rio de Janeiro, um ano depois
Felipe havia se tornado muito famoso após ter publicado um livro sobre os Abkanis. E lá estava ele para a tarde de autógrafos. A coletiva estava lotada, todos esperavam para fazer suas perguntas e ter um autógrafo do historiador.
Felipe começou o seu discurso:
– Senhoras e senhores, baseado em minhas evidências, eu posso confirmar que a alta forma de desenvolvimento da civilização Abkanis, com um complexo sistema de escrita, apareceu há 15.000 anos no local que hoje é conhecido como Estados Unidos. Essa civilização guarda uma rica história, ainda mais extensa do que a da civilização Judaico-Cristã. Diferentes de outras civilizações humanas, eles nunca tentaram estender seus territórios para conquistar outros, e nem tampouco tentaram emigrar. É importante lembrar-se que a palavra "Abkanis" significa "Guardião" em sua linguagem.
– A sociedade Abkanis não era organizada em torno da unidade familiar, mas sobre uma estrutura comunitária. A partir da idade de 12 anos, homens e mulheres, sem discriminação sexual, eram iniciados em rituais que duravam 12 longos anos. No fim da iniciação, eles eram promovidos ao status de "Guardião". Neste ponto, as diversas funções religiosas, militares e domésticas lhes eram atribuídas. Os Abkanis viviam em cavernas, no entanto, sua religião não era baseada no fogo, mas sim na luz.
As pessoas aplaudiram Felipe, que se sentou para atender a coletiva. E então começaram as perguntas.
– Professor, sabe nos dizer o que de fato aconteceu com a ilha? – perguntou um homem ao fundo.
– Bom, eu não entendo muito sobre as tectônicas das camadas, mas o que posso dizer é que o que acorreu foi o que os especialistas chamam de micro-redução. A Ilha das Sombras estava situada exatamente no cume de uma pequena falha geológica. A falha repentinamente se expandiu por mais ou menos uma dezena de metros e literalmente afundou. Esse fenômeno é muito raro, pelo que sei.
Uma mulher se levantou e perguntou:
– E quanto ao misticismo que envolvia os Abkanis e os Morton? Ouvi dizer que eles podiam realizar magia, isso é verdade?
– Ora, vamos – disse Felipe, mostrando uma cara de desacreditado. – Eu sou um historiador, não tenho tempo para perder com contos infantis. Muitas pessoas acabam especulando para explicar determinadas situações, assim como faziam os antigos gregos com suas mitologias.
– Muito bem, sem mais perguntas – disse o organizador do evento. – O professor Ramos irá autografar seus livros. Por favor, façam uma fila à direita.
Felipe seguiu com os autógrafos até que um casal jogou dois livros em cima da mesa.
– Autografe para nós, por favor – disse o homem.
Felipe olhou por cima dos óculos e viu o casal de mãos dadas.
– Para quem devo acrescentar a dedicatória?
– Coloque assim: para os Guerreiros da Luz – disse a mulher.
Felipe ergueu a cabeça e se alegrou em ver Carnby e Aline.
– Nossa, eu não acredito! Então vocês estão... – ele apontou para as mãos dadas.
– Sim – disse Carnby. – Acho que ela fisgou a minha alma de guerreiro.
– Fico muito feliz por vocês – disse Felipe e correu para abraçá-los.
– Viemos passar um tempo aqui no Rio de Janeiro – disse Aline.
– E esperamos que você nos apresente a esse lugar espetacular – completou Carnby.
– Claro! Afinal, temos muito tempo para isso, já que o Mundo está a salvo.

F I M

Cris Varella
Cris Varella
Administrador
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