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  A Filha da Senadora - Capítulo Segundo [+16]

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MensagemAutor
26062013
Mensagem A Filha da Senadora - Capítulo Segundo [+16]

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Gêneros:
Angst, Romance, Drama,

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A chuva caia em grande quantidade sobre Washington D.C. quando ela acordou completamente irritada por conta do frio que passara durante a noite, fazendo-a puxar mais cobertas da cama que o habitual, o que era uma situação que não acontecia nem mesmo em Cambridge, onde ela já estava acostumada a dormir com diversas cobertas. Mas se comparado com o som estridente da campainha que tocava há pelo menos cinco minutos, aquilo não era nada. Achava uma verdadeira falta de classe e a pessoa que estava propagando aquela sessão apenas para chamar a atenção não tivera aulas de etiqueta. Fazia questão de expor que, nem mesmo se fosse o Papa, ela estaria disponível a abrir a porta – não que ela não estivesse acostumada a acordar cedo, porque isso ela sempre fazia para ir à faculdade, mas simplesmente porque ela não estava disposta a levantar de sua cama quente para abrir a porta quando haviam empregados (que acordavam antes de o sol nascer) para fazê-lo. Não tinha ideia de quem era à pessoa que, em sã consciência, era capaz de enfrentar aquela chuva chata para aparecer à sua porta… e se não fosse Warner, ao menos a situação não parecia tão grave assim (nem se fosse o Papa para exorcizar alguém).
Estava cansada, não só por ter acordado diversas vezes durante a noite – a começar pela chegada da família, já no inicio da madrugada, e, depois, quando todos já haviam se resolvido a dormir, mais de uma hora tendo se passado desde a chegada deles, Beatrice prosseguiu parte da madrugada com seu choro escandaloso, sendo capaz de não apenas me acordar, mas erguer os pais da cama, fazer Brianna bater à porta de seu quarto para ir dormir ali e conseguir que Daphne pronunciasse uma sessão de palavras de baixo calão desde o momento em que acordou até o momento em que entrou em seu quarto. No final das contas, acabamos as três dormindo na mesma kingsize – agradecia imensamente aos céus o fato de seu pai ter a ideia de colocar aquela cama, àquele tamanho, em seu quarto – da mesma forma em que elas costumavam fazer quando ainda eram crianças (e até metade da adolescência, quando faziam a noite do pijama de que todos comentavam na escola em que estudavam).
O motivo do chororô de Beatrice irritou Laureen profundamente, por julgá-lo quase desnecessário, mas não podia julgar a irmã tão mal assim, principalmente por não ter feito muito parte da vida dela nos últimos seis meses, nem por telefone nem por e-mail, mas sabia que a menina devia sofrer muito: Patrick, um dos deputados de Nova York – que fazia parte da coligação democrata – terminara com Beatrice, sem ter o mínimo de consideração com ela, por telefone, dizendo-a que ela era muitíssimo jovem para acompanha-lo nos compromissos políticos que ele tinha à sua frente. Laureen, entretanto, não esperava muito que o relacionamento fosse desembocar em algo (como por exemplo, um casamento), uma vez que Beatrice era muito jovem e o relacionamento não tivesse durado mais que quatro meses. Se aquela era a primeira paixão de Beatrice, Laureen desconhecia, mas com certeza, fora ao chegar às mãos de Patrick que Beatrice parou de ser conhecida como corrimão de escada.
O amanhecer fez as coisas se apaziguarem naquela casa – choro de Beatrice havia sessado –, mas os chutes que Laureen recebeu enquanto dormia, não, o que só a fez dormir muitíssimo mal. Depois, veio à campainha e as lamúrias de Brianna, que roubara o travesseiro da irmã mais velha para esconder a cabeça. Sua voz veio quase sussurrada quando ela disse totalmente sonolenta:
— Mamãe, quem mandou você ativar o despertador?
— Seria muito bom se fosse o despertador, Brianna — respondeu Laureen, tentando se soltar do enroscar de pernas que Daphne a fez (provavelmente achando que a loura era um dos homens com quem dormira nos últimos tempos) para levantar da cama (e recebendo em resposta um chute doloroso na coxa) —, mas isso é a campainha mesmo.
— Campainha? — Brianna respondeu, sussurrando novamente sob o travesseiro. — Ah, mamãe!
Demonstrando completamente com mais sono que qualquer uma ali, Laureen tornou a bocejar, não só como resposta à irmã caçula e a melhor amiga, mas também para expressar que havia dormido pessimamente – por conta dos chutes e pontapés que recebeu desde o momento em que recebera aquelas duas em sua cama, ainda que houvesse espaço de sobra naquela cama. Estava completamente irritada por acabar tão brutalmente acordada, mas sabia que um banho morno era capaz de tirar qualquer azedume seu, se bem sonhasse que aquele ciclo se completasse com um bom livro e uma chávena com rum e chá preto – ainda que algo lhe dissesse que essa segunda parte de seus desejos só pudessem se realizar quando voltasse para Cambridge.
A água quente a revigorava enquanto se banhava, em um momento em que ela conseguia descansar e limpar sua mente um pouco em relação aos sonhos que tivera durante as poucas horas de seu sono e que, definitivamente, não foi o dos melhores – mas que mal se lembrava deles: só sabia que ele lhe fora péssimo porque a mãe apareceu com uma idealização a ser cumprida por ela, mas ao menos sabia que não seria a única a ser perseguida pela mãe, pois Beatrice entrara para o time das solteiras da família Evans.
Laureen sentia que a mãe tinha transtorno dissociativo de personalidade, pois a cada hora, ela parecia uma pessoa diferente: às vezes, parecia uma pessoa completamente boa; depois, uma pessoa que era tomada pelo instituto assassino; e, enfim, ela gostava de ser totalmente mandona. E para a sorte da família, se os alteres de Suzanna de fato existiam, ainda não haviam recebido nenhum nome – era especificamente disso que Laureen quase morria de medo.
Quando saiu do banho, a mãe apareceu à sua porta dizendo-lhe que tinha uma surpresa a lhe fazer, e só após ela sair por ali, escolheu uma roupa confortável para sair às compras – e sua pretensão era que isso acontecesse com ela estando sozinha –, composta de uma calça jeans, um trenchcoat de cor caramelo e ankleboats da mesma cor que compunha sua jaqueta de frio – roupas que adquirira ainda em Boston, mas que não tivera oportunidade de usar desde o momento que chegara à cidade de Washington, porque lhe faltaram ocasiões decentes para usar tais vestimentas (quando tinha a oportunidade de sair, as ocasiões exigiam roupas de gala). Aquela era uma roupa que julgava mais apropriada para enfrentar o frio e a neblina que cobria a cidade de Washington. Mas aquela era uma roupa que amenizava a frieza que lhe atingiria quando sua mãe lhe acomodava com as surpresinhas que sempre tinha nas mangas: entre as surpresas temidas, sempre havia um plano para arrastar Laureen a qualquer colega politico, na tentativa de fazer sua filha ter um bom casamento que lhe rendesse bons frutos para a sua campanha.
Desceu para a sala de refeições de cara limpa – o que era uma verdadeira raridade –, de onde o alto som da conversa – principalmente fofoca, pelo que conseguiu perceber – se propagava, saindo de vozes que eram os dos hospedes que estavam naquela casa nos últimos tempos acrescentada às quatro vozes de pessoas de fora, que também conhecia tão bem. Então Laureen sorriu as ilustres pessoas quando se sentou em seu assento habitual, ao lado da dianteira da mesa, onde seu pai sempre se sentava.
— Bom dia, pessoas — ela disse bem humorada.
— Pensei que no papel de madrinha, eu receberia um beijo — Constance respondeu, completando a sentença com um sorriso doce lhe preenchendo os lábios, sempre mantendo um bom humor em si. — Foi uma brincadeira: se alimente direito e depois venha me cumprimentar.
— Exatamente — Christopher disse, preenchendo os lábios com o mesmo sorriso doce que estivera presente nos lábios de Constance. — Depois, quero que você também me cumprimente também: estou com saudades de minha afilhada.
— Dela vocês sentem saudade, mas de mim — Derek disse, fazendo buchicho.
— Vai começar? — Cecily se intrometeu. — Derek, vê se cresce: você está com vinte e três anos e com o pé na cova. Opa, eu quero fizer, no casamento.
— Pirralha, fica quieta — ele replicou, amadurecendo a voz, para soar mais importante e tentando parecer mais imponente que a irmã caçula. — Ou vai ouvir coisas que não vai gostar.
— Crianças… — Constance falou com o tom de voz que, ao mesmo tempo em que soava autoritária, parecia caridosa.
— Constance, essas coisas sempre aconteceram por aqui, sempre — Suzanna respondeu, soando semelhante à irmã caçula. — E você precisa se acostumar com isso, porque seus filhos são mais velhos que as minhas meninas, então faça um mínimo de esforço que seja para suportar as diferenças deles.
Parecia que as semelhanças entre a família O’Donnell e Evans eram muitas, e não apenas no fato de as matriarcas serem irmãs: cada família tinha três herdeiros, provenientes de Nova York, serem educados em colégio católico e estarem ocupando, pela segunda geração, os cursos universitários de Harvard. Além do mais, se separadas ambas as famílias já eram consideradas malucas… quando juntas, a casa em que estavam reunidas parecia um verdadeiro hospício.
Laureen, diferente da refeição repleta de coisas, só se serviu com um pouco de suco de laranja – que parecia acabado de ser exprimido – e uma torrada, como costumava fazer a maior parte das vezes e se sentiu muito estranha naquele café da manhã, como se daquela vez tivesse as ações comedidas por todos naquela mesa – muito estranha para dizer a verdade, como se eles notassem que aquela pessoa ali presente não fosse ela. Era como se eles esperassem que perguntasse o porquê de Brandon não estar ali. E daquela vez, por incrível que parecesse, aquela era a primeira vez que eu não senti a falta dela – que estranho.
Brandon lhe era um papel passado? Não sabia se este era o modo mais correto de defini-lo, pois foi ao lado dele que passara por algumas provações, como descobrir que Arthur estivera traindo Suzanna quando Laureen estava com dezesseis anos, além de ser com ele que sua primeira vez aconteceu – situações que nem que se obrigasse, conseguia esquecer (situações que me foram muitíssimo importantes para a sua formação como pessoa, principalmente por ser ao lado de um ombro amigo). Mas não se importava com o fato de Brandon não estar naquela mesa – ao menos, não daquela vez. Ela desejava felicidade a Brandon ao lado daquela garota que arranjara e não se importava se eles, possivelmente, se cassariam e se teriam filhos. Pela primeira vez, em sei lá quantos anos, não sentia falta dele nos cafés da manhã da família. E sendo contra a qualquer idealização dos presentes à mesa, acabou se satisfazendo em perguntar:
— Por que a Andrea não veio com vocês, Derek?
Os olhos de Derek se esbugalharam quando a pergunta pareceu ser processada por completo por sua mente fraca e Laureen se sentiu um pouco incerta com o olhar do primo, como se ele estivesse traçando em sua mente que ela tivesse mudado a opção sexual (se isso lhe fosse, alguma vez, possível). A loura revirou os olhos às dúbias linhas de raciocínio dele em relação a si e explicou:
— As compras sem ela não são as mesmas, não é verdade, Cecily?
— O que você quer dizer é que as compras sem as criticas destrutivas dela não são nada legais — a prima assinalou enquanto o sorriso lhe encheu os lábios, mas também alisando os fios negros de seus cabelos lisos. — Até que ter uma cunhada estilista não será tão ruim assim: ela me disse que a próxima coleção dela será toda inspirada em mim.
— Pobrezinha da Andrea — inferiu Beatrice, a voz mal humorada, agindo como se tivesse levado um chute na bunda por ser rejeitada como modelo pela noiva do primo.
— Como é que é? — Cecily disse imediatamente tão irritada quanto Beatrice, mas se pondo ainda mais nervosa quando suas mãos pequenas foram postas sobre a mesa e ela se apoiou com os joelhos na cadeira. — Você disse o quê?
— Sente-se, Cecily — Derek falou.
— Você não manda em mim — concluiu. — E repete o que você disse para ver se não leva uns tabefes nessa sua cara, “Beatrice corrimão-de-escada”. Ou será que se esquece de que te chamam assim lá no convento?
Cecily era uma esquentada, disso todo mundo ali sabia, mas muitas vezes ela reprimia tais sentimentos nos desenhos (e ela desenhava muito bem), com o intuito de se tornar uma estilista depois – faria Moda após as próximas férias de verão (sendo fielmente apoiada por Laureen e Andrea).
— Filha! — Constance quase gritou, apavorada.
— É isso mesmo, mamãe, e Brianna pode confirmar esse fato: Beatrice foge todas as noites após a inspeção das freiras para ficar cacarejando em Seattle, além de ficar montando em Brianna e em mim para conseguir notas porque durante a maior parte do tempo das aulas ela fica dormindo, cansada — Cecily continuou completamente irônica.
— Beatrice! — foi a vez de Suzanna se exaltar, mas ao contrário de Constance, que estava pálida com as revelações de Cecily, aquela mulher, costumeiramente já muito pálida, parecia um pimentão vermelho.
Aquilo só tornou Beatrice o foco das atenções: Constance e Christopher a observavam como se sentissem pena da sobrinha, enquanto o grupo composto por Derek, Daph e Brianna sufocava um riso, e Laureen e Cecily a encaravam em confusão. Suzanna e Arthur pareciam um verdadeiro poço de ira – o patriarca foi o primeiro a dizer, levantando-se de sua cadeira, tamanha era sua raiva, enquanto Cecily tornava a se ajeitar em seu assento:
— Mocinha, vá para o seu quarto já! Vou conversar seriamente com você lá e saiba que está com todos os gastos cortados: nada de festas, compras e mesada até eu receber ao menos três indicações de três faculdades em minhas mãos, além de você precisará tirar uma boa nota no SAT.
— Papai! — Beatrice exclamou.
— Vá para o seu quarto, Beatrice Cristine Evans! Nós não temos mais nada para conversar — ele disse novamente, se virando para apontar para as escadarias que estiveram atrás dele.
Bufando, ela fez o que o pai ordenou-a, se erguendo da sua cadeira e arrastando o objeto bravamente pelo assoalho de uma forma que fosse estridente para todos ali. Birra, apenas para aparecer, a birra conhecida de todos ali – birra de menina mimada. Mesmo quer aquelas duas famílias tivessem muito dinheiro, a maior parte dos membros não tinha o costume de se deixarem levar pelos mimos – ao menos, não frequentemente –, só que com as gêmeas aquela situação pareceu fugir ao controle dos Evans – elas acabaram se acomodando, em especial Beatrice: Brianna arranjara um modo de se livrar desse conceito e se tornara uma das garotas mais estudiosas que conheci, sempre muito interessada em ciências biológicas e sempre desejando fazer Medicina desde pequena, quando rolou mais de vez degraus da escadaria de nosso tríplex em Manhattan, levando sete pontos em sua testa sangrenta, aos cinco anos, e estava decidida a se especializar em reumatologia, do mesmo jeito em que Christopher se especializou.
— Laureen, eu preciso falar com você — Suzanna disse a filha repentinamente, pouco após perceber que o clima em relação à Beatrice se acalmou na sala de refeições.
Infelizmente, a jovem loura tinha uma idealização do que estava perto de lhe ser falado: Suzanna estava com a ideia de jogar a garota nos braços de Robert Warner, o Secretário de Estado, para obtiver vantagens políticas. E Laureen já estava pronta para dizer à mãe para adiantar o assunto ali mesmo quando ouviu a matriarca lhe dizer, atingindo a atenção de todos:
— A sós — completou.
A garota fitou-a sem ter qualquer pretensão de agir negativamente à mãe, simplesmente porque estava cheia de paciência aquele dia – de uma forma que ela desconhecia porque – e dificilmente deixaria de ouvir quem quer que fosse.
— Sem problemas — respondeu, antes de tomar o último gole de seu suco.
— Abduziram minha prima! — Cecily disse ligeiramente, o sorriso cheio, completamente jocoso. — Essa não é você, Laureen.
— Não é porque ela não perguntou sobre Brandon dessa vez que Laureen deixou de ser ela — Brianna disse.
— Talvez porque ela cansou de ser deixada para titia e resolveu arranjar alguém que goste dela realmente — Daphne também disse, seriamente até então, enquanto tornava a se servir e, entretanto, Laureen sabia que as brincadeiras de Daphne estavam por vir, pois a conhecia muito bem e isso de fato aconteceu quando se sentou novamente em seu assento: — O que realmente é bom, porque eu quero um pirralho para levar aos jogos do Boston.
A loura sequer chegou a mandar um olhar seco para a amiga: seu humor estava muito bom para acabar abalada por qualquer comentário de Daphne, a melhor amiga desde a infância, mesmo quando o assunto fosse construído ao redor de algo que Laureen, por muito tempo, julgou pouco provável de acontecer consigo ou ao menos julgava que ter um filho era um projeto quase impossível de acontecer até ela beirar, pelo menos, quarenta anos.
Suzanna saiu à frente da filha e dentro de poucos minutos (apenas o tempo de atravessarmos aquela grande casa e pedir licença aos seguranças dentro do escritório que faziam brincadeiras e comentários sem graça, desrespeitando as filhas Evans com os conteúdos sexuais em suas conversas), elas se exilaram no escritório, com a matriarca se sentando no lugar que lhe era habitual – e que muitas vezes pertencera a Arthur também –, o lugar por detrás da mesa, como se aquilo fosse uma reunião com negócios a serem tratados entre aquelas duas pessoas somente, ou uma entrevista de emprego na qual Laureen era a entrevistada pelo seu futuro gestor para um importante cargo. Aquilo só fazia a garota se sentir que era uma coisa, um objeto, qualquer coisa que pudesse sofrer alguma espécie de manipulação e não que fosse uma pessoa que pudesse refrear suas próprias ações.
Os olhos de Laureen se fixaram nos olhos de sua mãe quando a mulher lhe deu um sorriso – leve, mas bastante objetivo e ambicioso – assim que se sentou em sua cadeira. Sem dúvida nenhuma, a garota loura soube que aquela era uma conversa de negócios e o produto a ser fornecido era ela mesma, a fornecedora era Suzanna e o comprador era o secretário Warner em troca de vantagens políticas.
— Não precisa falar o que a senhora quer, mamãe, porque eu já tenho uma ideia bem ampla do que deseja. Mas veja, eu preciso saber o porquê que a senhora tanto tem a vontade de me controlar. O que eu te fiz para ser tão invocada comigo?
— Você ainda não percebeu, Laureen? Oh, minha filha! — Suzanna deu um dos seus sorrisos simpáticos, límpidos e alegres à filha antes de continuar, após passar o indicador delicadamente sobre o teclado do computador a sua frente. — Você é mais competente que suas irmãs nesse quesito, mas me surpreende o fato de você sequer desconfiar, minha filha.
Como posso desconfiar de qualquer coisa que seja se não tenho o hábito de ficar espionando? Se não fui criada para ficar atrás da porta?, a garota se perguntou; entretanto, anulando a sua linha de raciocínio, Laureen não deu qualquer sinal de incerteza a mãe: continuou rígida em seu lugar, olhando-a fixamente, esperando qualquer resposta que fosse, por gestos ou até mesmo por fala.
Suzanna captou a mensagem na paciência não comedida da filha e continuou, tornando a olhá-la fixamente antes de continuar:
— Você sabe muito bem que eu desejo que fique com Warner para eu obter uma maior participação lá na presidência.
— Quem não te conhece que te compre, senhora Suzanna Salazar Evans.
A mulher deu uma gargalhada estridente, demonstrando-se alegre pelo comentário da filha. Era comedida diante as suas risadas – se abstendo apenas a pequenos sorrisos a maior parte do tempo –, mas ainda assim aquele sorriso não era algo que soasse estranho a Laureen – no passado, não muito remoto, antes da traição de Arthur, Suzanna fora bastante feliz.
— Entretanto, quero que você entenda que eu não quero que você o seduza, ao menos não do jeito apositivo que pensa, mesmo porque eu não quero que se reduza a tanto — a mãe continuou.
— Não estou lhe entendendo, mamãe. A senhora não quer que eu, simplesmente, faça um bom casamento com Warner?
— Ah, não.
— Você é imprevisível.
— Eu sei disso.
— Mas então?
— Quero que você se torne mais intima de Warner para conseguir provas do que ele está usando seu cargo para obter facilidades.
A interrogação continuava impressa na face de Laureen, dando-a certo rubor também por conta de seu estado nervoso – ao menos, era o estado em que ela parecia estar entrando.
— Obter facilidades? — Laureen perguntou-a um tanto incerta. — Ele sequer teve tempo de esquentar a sua cadeira de secretário e a senhora já está especulando essas coisas? Eu não entendo como a senhora pôde indagar uma coisa dessas.
— Eu sabia que não compreenderia. Essa história já é muito antiga e pode até mesmo gerar um impeachment desde o senado até a presidência.
A garota se ergueu perplexa da sua cadeira, um pouco mais nervosa com a junção dos fatos em sua mente, e sabia que aquela altura, a sua cútis já havia partido do branco pálido para um tom de rosa esquisito. Ela começou a falar, de costas para mãe, gesticulando e de olhos fechados:
— Deixe-me ver seu entendi bem o que quer me dizer, mamãe: a senhora está querendo me usar para reunir provas contra um dos seus partidários para lhe fazer ameaças? — perguntou, se virando, abrindo os olhos e se dirigindo à mesa, colocando os punhos como apoio para encarar a mãe. — Mamãe, será que não vê que desse jeito está sendo tão ilegal quanto eles? Tentar utilizar provas para fazer ameaças para conseguir vantagens políticas?
— Laureen, minha filha, você está querendo ensinar a uma mulher de quarenta e sete anos como agir? — Suzanna perguntou, erguendo-se de sua cadeira tão ligeiramente quanto sua filha foi capaz de fazê-lo, e sua voz estava jocosa quando continuou: — Preciso ir ao senado para ver as quantas andam as obras em minha nova sala e ainda que estejamos em recesso, me sinto incômoda de ficar em casa, sem fazer nada, mas disso você já sabe. Quando eu voltar, espero uma resposta sua, de preferência positiva, então se sente e pense bem sobre o assunto.
Sem nem pensar duas vezes, Suzanna deixou aquela sala após beijar levemente o rosto de Laureen, que estava preocupada com as atitudes da mãe nos últimos tempos – o poder lhe subira a cabeça trazendo o caos junto. Em outros tempos, Suzanna era a primeira pessoa a quem as filhas recorriam para ter uma conversa séria e tomar conselhos, mas desde o momento em que ela soube que havia ganhado a eleição pela maioria, poucos meses antes, a sua imagem como mãe havia se desmanchado e, ao que parecia, nenhuma das herdeiras Evans tinham coragem de se abrir com a mãe – Laureen era a mais afastada de Suzanna nos últimos tempos não só por causa disso, mas também dos estudos, o que, ao menos, fazia-a ter uma desculpa para o distanciamento.
Queria descobrir porque a mãe havia se transmutado tão severamente em tão pouco tempo, se bem já soubesse a raiz do problema – a traição do pai –, mas sabia que não apenas isso era capaz de ferir uma pessoa, fazendo-a agir da forma que Suzanna estava agindo nos últimos tempos.
Ao mesmo tempo, Laureen sabia que o secretário Warner não era uma pessoa inocente – nada inocente, aliás –, ainda que, em sua face, imperasse um sujeito modesto e bom, a qual todos acreditavam. Laureen conhecia bem sujeitos como ele, mas jamais se deixara levar pelas conversas que eles lhe lançavam. E Warner era o que mais a preocupava, principalmente por ele ser um dos Democratas mais próximos à família, há anos, além de ser um daqueles que mais a fazia propostas indecentes em tempo recorde. Mas ainda que desconfiasse que ele utilizasse-se de seu cargo para obter vantagens, achava que Warner não era de todo mal: talvez houvesse alguma coisa na parte mais intima dele a qual não se sentia suficientemente a vontade para expor, mas não tinha (nem queria) ter certeza disso.
Com isso, Laureen preferiu se sentar na cadeira em que ocupara enquanto conversava com a mãe, especulando minutos a fim – e talvez esses minutos tenham se tornado uma hora (ela perdeu totalmente o controle do tempo) – os prós e contras de agir conforme o desejo de sua mãe, versus Warner – enquanto se sentia ridiculamente mal.
E quando daquele cômodo saiu, Laureen já tinha uma ideia ampla do que devia fazer e se espantou com isso.

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